22.6 C
Brasília
sábado, novembro 8, 2025

ANUNCIE

Má alimentação mata mais que o cigarro

Você sabia que quase 30% dos empregados das empresas são analfabetos funcionais, incapazes de entender instruções escritas ou escrevê-las?

Um estudo de grande repercussão publicado em 2019 na revista The Lancet, uma das mais conceituadas publicações médicas do mundo, lançou um alerta global: a alimentação inadequada já se consolidou como uma das principais causas de morte no planeta, superando até o tabagismo.

A pesquisa, baseada em dados de 195 países coletados pelo Global Burden of Disease Study (GBD) 2017, estimou que, naquele ano, cerca de 11 milhões de pessoas morreram em consequência direta de dietas pouco saudáveis, o equivalente a 22% de todas as mortes entre adultos. Para efeito de comparação, o cigarro, historicamente considerado o maior vilão da saúde pública, foi responsável por cerca de oito milhões de mortes no mesmo período.

De acordo com os pesquisadores, os maiores problemas não vieram apenas dos excessos, mas também das carências. A baixa ingestão de frutas, vegetais, grãos integrais, leguminosas, castanhas e sementes foi determinante para o aumento das doenças crônicas, enquanto o consumo elevado de sódio, açúcares e gorduras de baixa qualidade agravou o quadro. Esse padrão alimentar esteve diretamente associado ao avanço das doenças cardiovasculares, do diabetes tipo 2 e de alguns tipos de câncer, condições que estão entre as principais causas de morte prematura em todo o mundo.

O relatório reforça a ideia de que a alimentação não é apenas uma escolha individual, mas também um reflexo de fatores estruturais, econômicos e culturais. Países em desenvolvimento, por exemplo, enfrentam o paradoxo de conviver com a fome e a desnutrição em uma parcela da população ao mesmo tempo em que cresce o consumo de produtos ultraprocessados — baratos, acessíveis e de baixo valor nutricional. Nas nações ricas, a abundância alimentar não se traduz em saúde, mas sim em dietas desequilibradas, densas em calorias e pobres em nutrientes essenciais.

Os autores do estudo defendem que políticas públicas mais incisivas são fundamentais para reverter esse cenário. Entre as medidas sugeridas estão a regulação da indústria de alimentos, a criação de incentivos fiscais para produtos mais saudáveis, campanhas de educação nutricional e a ampliação do acesso a alimentos frescos e naturais. A conclusão é categórica: hoje, comer de forma inadequada mata mais do que fumar, e mudar o que se coloca no prato pode ser a chave para salvar milhões de vidas nas próximas décadas.

Problema recorrente

No Brasil, entre três pessoas, uma é analfabeta funcional. Você sabia que o QI do brasileiro está abaixo da média mundial?

Ainda hoje, a alimentação inadequada continua entre os mais importantes fatores de risco para a saúde. Em análises posteriores a 2019, e em relatórios do GBD mais recentes, fatores alimentares continuam aparecendo entre os riscos de maior impacto. No relatório do GBD 2021, por exemplo, os principais fatores de risco para mortalidade prematura continuam sendo pressão alta, tabagismo e glicose elevada, mas a alimentação inadequada entra fortemente no rol de riscos comportamentais e metabólicos.

Estudos mais recentes que examinam tendências em doenças crônicas atribuíveis a dietas (por exemplo, doenças cardiovasculares) ressaltam que o peso dos fatores metabólicos e comportamentais — muitos dos quais relacionados à alimentação — vem crescendo com o envelhecimento da população e a urbanização.

relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique conectado

667FãsCurtir
756SeguidoresSeguir
338SeguidoresSeguir
- Publicidade -spot_img

Últimos artigos