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quinta-feira, dezembro 5, 2024

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Alerta em Brasília: umidade do ar a 8% e 34°C

A umidade do ar em Brasília-DF atingiu a marca de 8% durante a tarde dessa quarta-feira (4), segundo informação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na região administrativa (bairro) do Gama. Para a Organização Mundial da Saúde o índice ideal para a umidade do ar é de 60%. Aliada à baixa umidade do ar, a tarde foi considerada mais quente do ano: 34ºC.

Por causa da seca, o Inmet emitiu “alerta vermelho” para Brasília, nesta quinta-feira (5). De acordo com a meteorologista Naiane Araújo, o aviso vermelho é dado quando o nível de umidade fica abaixo dos 12% e é destinado às autoridades de Defesa Civil para que decidam sobre adoção de medidas que evitem o desconforto para a saúde da população e também para ações de prevenção e combate às queimadas.

O mês de agosto é historicamente conhecido como o mais crítico da seca em Brasília. Neste ano, as queimadas aumentaram 27% em relação a 2018, segundo os bombeiros.

Dois grandes incêndios florestais castigaram o cerrado nessa quarta-feira. Um próximo ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, e o outro perto do Catetinho, a primeira residência oficial do ex-presidente Juscelino Kubitschek, durante a construção de Brasília.

De janeiro até agora, o Corpo de Bombeiros registrou 5.871 incêndios florestais em Brasília. No mês de agosto foram 2.699. Foram 4.277 ocorrências de janeiro até agosto do ano passado. De acordo com o Inmet, a seca deve continuar. Nos próximos dez dias não há previsão de chuva.

Precauções

A secura deixa os olhos coçando, nariz sangrando, resseca a pele e provoca desidratação, e esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns causados pela baixa umidade em Brasília. Para evitar os problemas decorrentes desse período de seca, os profissionais da Secretaria de Saúde dão algumas dicas para amenizar o desconforto.

Segundo a especialista em alergia e imunologia Marta Guidacci, em dias de baixa umidade é necessário reforçar a alimentação saudável, rica em frutas e verduras, com ingestão frequente de líquidos. “Muita água – natural ou de coco -, chás e sucos naturais, sem bebidas alcoólicas e gasosas”, diz ela.

Hidratar o nariz e a mucosa ocular com soro fisiológico também são ações necessárias, nesta época, para evitar sangramentos e ressecamentos. “Na seca, os olhos podem ficar vermelhos, os lábios podem rachar. A pele costuma ficar ressecada, principalmente em pessoas que já têm problemas na pele. Por isso, o uso do soro ajuda”, ressalta Guidacci.

A referência técnica distrital (RTD) de Pneumologia da pasta, Géssica Andrade, reforça: “Mesmo quando a temperatura sobe, o ar seco faz seus estragos, pois acelera a absorção do suor pelo ambiente e resseca a pele. A desidratação acaba deixando o sangue mais denso”.

Além disso, o tempo seco e a baixa umidade do ar dificultam a dispersão de gases poluentes, tornando as pessoas mais suscetíveis a crises de asma e a infecções virais e bacterianas. Acaba ficando mais difícil para as vias respiratórias se defenderem do ar com qualidade ruim. As pessoas com doença respiratória prévia sofrem mais com isso”, aponta.

Mais umidade

Nesse caso, qualquer método para melhorar a umidade do ar é bem-vindo, segundo a pneumologista Bianca Rodrigues. “Pode-se usar, por exemplo, balde com água ou toalha molhada na cabeceira da cama”, sugere. Quanto ao umidificador, a especialista faz uma ressalva: “Ele pode se tornar pior do que o ar seco, se não for usado da forma correta”, alerta.

O recomendável é utilizá-lo em um ambiente em que circule o ar, com portas e janelas abertas. O uso por período prolongado em locais fechados pode levar a um excesso de umidade nas paredes, o que favorece o crescimento de mofo e bolor, tornando-se mais uma fonte de infecção.

“O ideal é ligá-lo, em média, por três a quatro horas antes de ir dormir e desligá-lo quando for se deitar. Se o aparelho for mais moderno, pode programá-lo para se desligar automaticamente, uma vez cumprido o tempo programado”, ensina Rodrigues.

Na hora de utilizar o aparelho também é importante esvaziar o reservatório, higienizar e secar, para evitar o crescimento de bactérias. “O umidificador pode se tornar um ‘vilão’ se for usado em excesso ou se não forem feitas todas as medidas de higiene necessárias”, destaca Géssica Andrade.

Procure uma UBS

Quem tem problemas decorrentes da seca pode procurar assistência em diversas unidades de saúde de Brasília. O primeiro passo é entrar em contato com um clínico-geral ou médico de família na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência. Caso o estado de saúde seja grave, o paciente será direcionado a um especialista, como um alergista, por exemplo. O acesso se dá pelo Sistema de Regulação da pasta, após o paciente receber encaminhamento em alguma UBS.

(Com agências/Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde-DF)

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