
Uma pesquisa nacional do Instituto Paraná Pesquisas revelou que três em cada quatro brasileiros desejam que o próximo presidente mude a forma de governar o país, demonstrando o crescente desgaste da atual administração federal e o sentimento de descrédito que domina o eleitorado. O levantamento, realizado de 21 a 24 de outubro de 2025, ouviu 2.020 eleitores em todos os estados e no Distrito Federal, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
De acordo com os dados, 28,9% dos entrevistados afirmaram querer uma mudança total na forma de governar, enquanto 29% defendem que o futuro presidente mude bastante coisas no comando do país. Outros 17,1% desejam apenas pequenas mudanças, e 23% preferem que tudo permaneça como está. Portanto, 75% dos brasileiros esperam algum grau de mudança, uma evidência de que o modelo de gestão atual perdeu sustentação junto à população.
Embora a pesquisa não cite nominalmente o presidente, o resultado reflete o cansaço dos eleitores com escândalos políticos, promessas não cumpridas, gastos descontrolados e desnecessários, ineficiência administrativa e a falta de respostas concretas a problemas estruturais. Questões como inflação persistente, aumento do custo de vida, estagnação econômica e sensação de insegurança pública aparecem, segundo analistas, como fatores centrais para o desejo de renovação.
O levantamento indica também uma erosão da confiança nas instituições e nas lideranças políticas tradicionais, fenômeno que vem se agravando à medida que os brasileiros percebem o distanciamento entre o discurso oficial e a realidade cotidiana. Nas faixas de renda mais baixa, por exemplo, o descontentamento é mais evidente, especialmente diante da dificuldade de acesso a empregos estáveis e do peso das contas básicas — energia, alimentos e transporte — sobre o orçamento doméstico.

Para especialistas ouvidos pela imprensa, o dado de 75% que pedem mudança não expressa apenas vontade de alternância de poder, mas um clamor por nova postura política, baseada em transparência, eficiência e resultados palpáveis. A leitura é de que o atual governo esgotou sua capacidade de convencimento, preso em erros repetidos e em disputas internas que corroem a imagem pública do país.
A pesquisa do Paraná Pesquisas, portanto, confirma o que já se percebia nas ruas e nas redes sociais: o eleitor brasileiro quer ruptura, não continuidade. A insatisfação generalizada aponta para um cenário em que a próxima eleição presidencial será menos sobre ideologias e mais sobre credibilidade e competência, valores hoje ausentes no comando federal.


