Um assunto que foi recorrente na reunião de quinta-feira, da CPI das manifestações constitucionais e democráticas do dia 8 de janeiro, na Câmara Legislativa de Brasília-DF, foi a divulgação pela imprensa, nos últimos dias, de que membros do Ministério da Justiça receberam, em visita oficial, a esposa de um comandante da facção criminosa ‘Comando Vermelho’ do Estado do Amazonas. Distritais repudiaram o ocorrido e o associaram ao ministro da pasta, Flávio Dino. A deputada Paula Belmonte (Cidadania) foi uma das que condenaram o episódio e a postura do ministro. “Eles querem colocar o comando vermelho nas nossas instituições”, afirmou.
Além de receber críticas por este fato, o ministro da justiça também recebeu falas de reprovação por sua atuação no 8 de janeiro. O deputado Pastor Daniel (PP) disse novamente que ele “prevaricou e foi leniente” por não ter acionado a Força Nacional de Segurança Pública para conter os ataques. “O Flavio Dino prevaricou, se omitiu, omissão dolosa. No relatório tem que constar isso, porque ele tinha que ter acionado a Força Nacional”, falou o distrital.
Joaquim Roriz Neto (PL) foi na mesma linha e criticou que o ministro não tenha comparecido à Casa para prestar depoimento. O distrital chegou a pedir o impeachment do ministro. “Dino não ser investigado é uma vergonha, mas talvez eles não queiram investigar porque podem chegar a outros problemas, como a rede de relacionamento do ministro, como as relações com o crime organizado e com o Comando Vermelho”, avaliou Roriz Neto.
Outro alvo de críticas por alguns distritais foi o relatório elaborado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) na CPMI do Congresso Nacional. Para os parlamentares, o documento foi tendencioso ao não indiciar algumas figuras do atual governo, como o próprio ministro Dino e o ex-GSI general G. Dias. Roriz Neto afirmou que o relatório tem “erros gritantes”.
CLDF