Priscila Freire de Oliveira*
Nos últimos anos, o impacto das redes sociais nas democracias têm levantado uma preocupação crescente. O mesmo espaço digital que prometeu democratizar vozes e multiplicar a liberdade de expressão se tornou, também, um ambiente fértil para manipulação e desinformação.
Casos recentes ao redor do mundo mostram que eleições podem ser diretamente influenciadas por campanhas cuidadosamente elaboradas para disseminar informações falsas ou distorcidas. A velocidade com que notícias falsas viralizam nas redes ultrapassa a capacidade de fiscalização das instituições responsáveis, colocando em xeque a transparência e a legitimidade dos processos democráticos.
As plataformas digitais argumentam frequentemente que a moderação rigorosa pode representar censura, limitando a liberdade individual. Entretanto, é preciso lembrar que a liberdade sem responsabilidade acaba alimentando discursos extremistas, intolerância e manipulação massiva.
Mais do que nunca, governos, cidadãos e as próprias plataformas devem buscar soluções conjuntas para reduzir a vulnerabilidade das democracias frente à manipulação digital. A educação midiática deve ganhar protagonismo nas políticas públicas, ensinando cidadãos desde cedo a identificar e rejeitar conteúdos falsos ou tendenciosos.
É imperativo que as redes sociais assumam sua responsabilidade, adotando políticas transparentes e eficazes contra a disseminação de informações falsas. Democracias sólidas precisam de cidadãos bem informados e conscientes, capazes de discernir entre liberdade de expressão e manipulação deliberada. Não há verdadeira liberdade quando a informação é distorcida para manipular decisões coletivas.
*Priscila Freire de Oliveira é Jornalista(IESB), Gestora de Marketing e Especialista em Gestão de Projetos