Em pronunciamento no Plenário na terça-feira (3), o senador Izalci Lucas (PL-DF) criticou a gestão da Petrobras e apontou para um suposto “aparelhamento político” na estatal. O parlamentar afirmou que as recentes nomeações políticas para cargos estratégicos evidenciam uma ação coordenada por figuras influentes do governo, como os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
— Alexandre Silveira e Rui Costa, que, com a força de titãs, no atual governo, garantem a inclusão de seus protegidos em posições-chave, garantem que a máquina estatal opere não em prol do desenvolvimento nacional, mas para manter a roda viva da política partidária girando — afirmou.
Izalci ressaltou que, em menos de cem dias, a nova gestão da Petrobras já foi alterada para acomodar interesses políticos, o que, segundo ele, tem transformado a empresa em uma “ferramenta de barganha política”. Segundo o senador, a inclusão de indicados com qualificações questionáveis em posições de comando nas áreas de exploração, engenharia e transição energética compromete a eficiência e a inovação da estatal.
— A Petrobras, outrora uma gigante com potencial para liderar o Brasil rumo a um futuro energético sustentável, agora se arrasta sob o peso de interesses mesquinhos e corruptos. O retorno do aparelhamento político à estatal é uma afronta não apenas ao mercado, mas a toda a nação, que mais uma vez verá o seu patrimônio ser dilapidado em prol de uma minoria que, em nome do poder, não hesita em destruir o que deveria ser preservado — disse.
O senador também criticou recentes alterações nas regras internas da Petrobras, feitas, segundo ele, de forma acelerada para garantir o controle político da empresa antes que medidas de controle e regulação pudessem ser implementadas. Para Izalci, essas mudanças sinalizam um enfraquecimento da governança e a prevalência de interesses políticos sobre a integridade da estatal. Ele mencionou ainda que bancos de investimento, como Citi, UBS e HSBC, já demonstram preocupação com as mudanças na empresa.
— O futuro da Petrobras e, por consequência, do Brasil está sendo jogado em um tabuleiro onde as peças são movidas por interesses que nada têm a ver com o bem-estar da população. É com um misto de indignação e desespero, enquanto a história se repete, que a Petrobras, mais uma vez, é levada ao abismo por aqueles que deveriam protegê-la. Vítima de um novo aparelhamento político, a empresa que um dia já foi orgulho nacional segue, mais uma vez, em direção ao colapso, sacrificada no altar dos interesses partidários. E digo isso porque participei da CPI da Petrobras e vi tudo o que aconteceu nessa empresa.
Fonte: Agência Senado