A Câmara Técnica de Infraestrutura (CIF), do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Copam), de Minas Gerais, aprovou, em reunião realizada nessa quarta-feira (24), o licenciamento ambiental para as obras de expansão de 1,6 quilômetro da Linha 1 – do terminal Eldorado à futura estação Novo Eldorado, em Contagem, e construção da Linha 2 do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), prevista no contrato firmado pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e a concessionária Metrô BH.
Com 11 votos favoráveis, a aprovação do licenciamento permite com que o projeto avance para a etapa de execução das obras. A previsão é que as primeiras intervenções da linha 2 comecem em setembro.
Isso representa um adiantamento em relação aos marcos previstos em contrato, já que, de acordo com o eventograma, as primeiras obras da linha 2 deveriam começar 36 meses após a assinatura do contrato, ou seja, em março de 2026.
O processo de licenciamento foi formalizado na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), em 11/3/2024. O prazo legal para análise é de até seis meses. No entanto, por se tratar de projeto prioritário para o Governo de Minas e para a população da RMBH, o processo teve sua análise concluída em julho de 2024.
Linha 2
O novo traçado, que vai interligar a atual linha 1 até o Barreiro, terá 10,5 quilômetros e vai contar com sete estações: Nova Suíça, Amazonas, Salgado Filho, Vista Alegre, Ferrugem, M. Vallourec e Barreiro.
Quando concluído, a estimativa é que mais de 50 mil usuários devem utilizar a nova linha, todos os dias.
Concessão
A concessão do Metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte completou, em março, um ano de operação. O terá duração de 30 anos.
Até o momento, já foram realizadas melhorias em serviços prestados aos mais de cem mil passageiros transportados todos os dias, como internet wi-fi nos trens e estações, e sistema de bilhetagem digital.
Também tiveram início as reformas das estruturas físicas das estações, das vias permanentes e da rede aérea do sistema da linha 1.
A estimativa é que sejam investidos R$ 3,7 bilhões para melhorias e ampliações ao longo da duração do contrato.
R$ 2,8 bilhões são aportes do Governo Federal e cerca de R$ 440 milhões são provenientes do Termo de Reparação assinado pelo Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) com a Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho. A tragédia tirou a vida de 272 pessoas e provocou uma série de danos sociais, econômicos e ambientais em Minas Gerais.
Novos trens
No mês de maio, o Governo de Minas anunciou a compra de 24 trens pela concessionária Metrô BH. As novas composições serão fabricadas pela empresa chinesa Changchun Railway Vehicles, subsidiária líder da maior fabricante de material rodante do mundo, CRRC Corporation Limited (CRRC).
A empresa já iniciou o projeto de fabricação e a expectativa é a de que o primeiro trem chegue ao Brasil e entre em operação no primeiro semestre de 2026. As novas composições, tão logo entregues, vão operar tanto na Linha 1 como na Linha 2 do Metrô BH.
Os 24 trens, que possuirão, cada um, quatro carros, serão equipados com Operação Automática do Trem (OTA, na sigla em inglês), sistema que possibilita mais regularidade, conforto e suavidade nas viagens, além de permitir economia no consumo de energia.
Atualmente, a frota é composta por 35 trens, sendo 25 da série 900, da década de 1980, e dez trens da série 1000, que começaram a operar em 2015 e já possuem ar-condicionado e sistemas modernos.