26.5 C
Brasília
quinta-feira, dezembro 12, 2024

ANUNCIE

Produção agropecuária do Brasil é mostrada na COP-29

Desde o início da semana, os parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) participam da comitiva brasileira do agro, organizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na COP-29, realizada em Baku, no Azerbaijão.

Durante o evento, que reúne representantes de 200 países e termina nesta sexta-feira, 22 de novembro, os parlamentares da FPA ressaltaram a importância do setor agropecuário e da produção brasileira no combate às mudanças climáticas.

Presente no evento, o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), destacou que o Código Florestal é uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. “É fundamental explicar que nossa lei é mais rígida do que as de outros continentes. Na Europa, apenas para pousio, os produtores reservam menos de 5% das terras, e protestaram recentemente quando a União Europeia quis aumentar essa reserva para 7%”, afirmou Lupion.

Os parlamentares aproveitaram a oportunidade para reforçar o discurso de que a Conferência promove o desenvolvimento dos países. “Isso ocorre em vários níveis: econômico, social e ambiental. Discutir o clima faz parte dessas agendas de desenvolvimento. Por isso, é essencial que o setor produtivo como um todo, inclusive o agro, esteja presente para acompanhar as discussões”, destacou o presidente da FPA.

A deputada Marussa Boldrin (MDB-GO) também enfatizou a relevância da presença do setor agropecuário na COP-29. “Nós fomos questionados, inclusive, sobre o motivo dessa participação. Mas, principalmente, não podemos permitir que quem está olhando o lado ambiental dite as regras ou fale sobre a agricultura sem ouvir a nossa versão — a versão do que participamos e fazemos. Muito foi falado sobre as NDCs e sobre o quanto o Brasil contribui com tudo isso. Mais do que sermos ouvintes, precisamos estar presentes para dar voz a todo esse sistema”, afirmou.

Marussa destacou ainda a importância da próxima COP-30, que será realizada em 2025 no Brasil. “Precisamos mostrar a floresta que produz e também toda a agricultura que é feita na região Norte, Nordeste, e em todo o país, que tem credibilidade para estar na mesa de discussões, apresentando ações e nossa visão como sociedade.”

Agro sustentável
O vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), ressaltou a importância do agro brasileiro no contexto ambiental e econômico. “Nosso agro é sustentável, e precisamos mostrar isso para o mundo. O agro não só produz alimentos e proteínas, mas também gera energia. Podemos aumentar a produção de alimentos e, ao mesmo tempo, ampliar a produção de energia. O etanol é um exemplo disso. Já produzimos muito, e vamos produzir ainda mais. Não é só com a cana, mas também com o milho e, em breve, até com o trigo do Rio Grande do Sul, com cada vez mais variedades produzindo etanol.”

Jardim destacou ainda o potencial do Brasil em energias alternativas. “O etanol não só vai aumentar a mistura, mas também será base para o combustível marítimo e de aviação. O cenário é promissor. Além disso, temos a captura de carbono e o diesel verde produzido a partir do agro. O Brasil não é o vilão do meio ambiente, mas sim a vanguarda da nova economia de baixo carbono”, afirmou o parlamentar.

COP-30
No mesmo sentido, o deputado Zé Vitor (PL-MG) destacou o papel do Brasil no cenário global. “Temos desafios globais, e é claro que, pensando especialmente no agro — até porque hoje tratamos de sistemas alimentares —, o caminho para que diversos produtores e empreendedores mundo afora possam adotar medidas práticas passa pelo acesso à transferência de tecnologia, à assessoria técnica e, em alguns casos, a mais recursos para financiamento”, pontuou.

Sobre a COP-30, o deputado mineiro reforçou a importância do Brasil como líder agroambiental. “A COP-30 será uma vitrine, e é importante que saibamos dosar e apresentar o Brasil como de fato é: uma potência agroambiental. Nós jamais nos sentaremos no banco dos réus, porque temos capacidade de contribuir com a mitigação, a adaptação e a segurança alimentar, que caminham juntas. São temas nos quais o Brasil já é líder.”

O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) chamou a atenção para os avanços do agro em pesquisa, inovação e responsabilidade ambiental. “Nesta COP participamos de um painel sobre sustentabilidade, tecnologia e inovação, e a responsabilidade do agro no sequestro de carbono. Discutimos como construir uma produção maior, mais qualificada e mais responsável a cada dia”, disse.

“Na COP-29 estamos nos preparando para receber a COP-30 e, principalmente, para mostrar ao mundo o que a Amazônia quer dele, e não o que o mundo quer da Amazônia. Não é possível que quem não cumpre nenhum dos compromissos globais cobre do Brasil, que já cumpre os seus. Não seremos reativos nem voluntaristas, mas estaremos prontos para recebê-los de braços abertos, com dados e fatos capazes de comprovar a responsabilidade ambiental do Brasil”, completou.

O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) destacou a importância da integração de políticas para a agricultura familiar na agenda climática. “Participei de diversos painéis e debates, ouvindo outros países e compartilhando ideias, além de debater sobre assistência técnica e extensão rural. Tivemos, no espaço do Brasil, um debate sobre agricultura familiar, que precisa ser contemplada no financiamento das mudanças climáticas. Precisamos saber, daqui a 5 ou 10 anos, quais tecnologias estarão disponíveis e quais inovações podem beneficiar a agricultura familiar, permitindo que ela produza alimentos e, ao mesmo tempo, preserve as tradições passadas de geração para geração”, finalizou Zé Silva.

relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique conectado

667FãsCurtir
756SeguidoresSeguir
338SeguidoresSeguir
- Publicidade -spot_img

Últimos artigos