Marcos Machado
A ideia de um cristão de esquerda é uma das falácias mais absurdas que se pode conceber, não faz o menor sentido e mais se assemelha a um conto da carochinha. Seria o mesmo que dizer que há um anarquista adepto da monarquia, ou um ateu devoto a Deus. A incompatibilidade é evidente: a esquerda, em todas as suas formas, é essencialmente materialista, anticristã e hostil a qualquer concepção transcendental da existência.
Karl Marx, o profeta do socialismo, de quem não há como a esquerda se desvencilhar, foi absolutamente claro ao definir a religião como “o ópio do povo”, ou seja, a religião é semelhante à uma droga alucinógena que elimina o bom senso e mergulha o indivíduo em um delírio. Não é uma frase solta, mas sim a expressão de um pensamento que enxerga na fé cristã uma ferramenta de alienação e submissão.
A solução marxista (socialista/esquerdista) para o problema religioso é simples: erradicá-lo. Isso se comprova na história das revoluções socialistas, onde padres foram fuzilados, igrejas destruídas e o culto a Deus substituído pela adoração ao Estado. Lenin, outro esquerdista lendário, chamava os cristãos de “idiotas úteis”, uma massa manipulável que deveria ser usada e descartada quando conveniente. Stalin foi ainda mais longe, ordenando a destruição sistemática do cristianismo na União Soviética.
A esquerda só espalhou miséria e opressão por onde passou desde a sua primeira experiência efetiva com a Revolução Russa em 1917. Os registros históricos estão disponíveis para quem quiser conferir a veracidade das atrocidades desde então cometidas aos seres humanos. Tudo o que não prestou, no mundo moderno, teve origem em movimentos de esquerda, como o fascismo e o nazismo. Onde se encaixaria o cristianismo nisso?
O esquerdista, ao abraçar sua ideologia, já está renunciando à essência do cristianismo
O cristianismo é uma religião baseada na liberdade individual, na responsabilidade moral e na transcendência da alma. O cristianismo é incompatível com o coletivismo forçado e com a ideologia que reduz o homem a um mero instrumento da luta de classes.
O esquerdista, ao abraçar sua ideologia, já está renunciando à essência do cristianismo. Se o indivíduo crê na igualdade imposta pelo Estado, então automaticamente rejeita a justiça divina, que trata cada ser humano como um ser único. Se o indivíduo defende a luta de classes, então naturalmente renega aos ensinamentos de Cristo.
Não é possível ser cristão e, ao mesmo tempo, aderir a uma ideologia que faz da inveja e do ressentimento suas principais molas propulsoras. O cristianismo ensina a caridade voluntária; o socialismo impõe a redistribuição pela coerção estatal. O cristianismo exalta o indivíduo como criatura de Deus; o socialismo o reduz a uma peça da engrenagem política.
De um lado, está o cristianismo, que prega a liberdade, a responsabilidade individual e a fé em Deus. Do outro, está a esquerda, que prega a submissão ao Estado, a destruição da fé e a uniformização dos homens pela força. Tentar conciliar os dois é como tentar servir a dois senhores. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro” (Mateus 6:24).
Jornalista profissional diplomado, editor do portal Do Plenário, escritor, psicanalista, analista sensorial, adesguiano, consultor de conjunturas e cidadão brasileiro protegido (ou não) pela Constituição Brasileira