O terceiro trimestre de 2024 registrou aumento no número de empresas em recuperação judicial no país, com 185, chegando a 4.408 empresas nessa situação. A recuperação judicial é um recurso possível quando uma companhia precisa suspender e renegociar dívidas. Os dados foram compilados pela consultoria RGF com base no banco de dados da Receita Federal. O levantamento exclui microempreendedores individuais (MEIs), organizações não governamentais (ONGs) e empresas estatais em sua metodologia.
A análise feita pela consultoria é trimestral e ocorre desde o segundo trimestre de 2023, quando 3.823 empresas recorreram à recuperação judicial para se manterem abertas. Desde então, o número tem crescido continuamente.
No segundo trimestre deste ano, 4.223 empreendimentos estavam nessa situação.
A consultoria informou que 433 empresas entraram em recuperação judicial de julho a setembro deste ano, enquanto 247 saíram do processo voltando à operação normal e 7% decretando falência. Os dados se referem a matrizes de empresas ativas de pequeno, médio e grande portes.
O levantamento indicou ainda a manutenção da tendência de aumento nas recuperações no Rio Grande do Sul, refletindo o impacto das cheias nos empreendimentos locais. A consultoria alertou ainda para o aumento de empresas em recuperação em Minas Gerais, onde 47 empreendimentos tiveram processos aceitos, saindo de 250 no segundo trimestre deste ano para 297 no último período.
Na contramão, o estado de São Paulo, que tem o maior número de inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ativos, apresentou redução na volume de empresas usando o recurso, saindo de um total de 1.279 para 1.255.
De acordo com a consultoria, é esperado novo aumento de processos de recuperação nos próximos meses, acelerado pela manutenção da Selic (taxa básica de juros da economia) no patamar de dois dígitos. além da crise econômica gerada pelas incertezas quanto à política de gastos públicos do governo.