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quarta-feira, março 19, 2025

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A imprensa deve servir aos governados…

Marcos Machado

“A imprensa deve servir aos governados e não aos governantes”. A frase dita no final do filme ‘The Post – A Guerra Secreta’, teria sido parte da sentença de um juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos (EUA) em julgamento de ação do governo contra jornais. A trama conta a história ocorrida em 1971, quando os editores Katharine Graham (Meryl Streep) e Ben Bradlee (Tom Hanks), do Washington Post, colocam em risco suas carreiras e liberdade para expor segredos governamentais sobre a guerra do Vietnã. Tudo começa com publicações do jornal New York Times denunciando mentiras de governos norte-americanos sobre a ação daquele país no conflito, com base em documentos sigilosos do Pentágono.

O estudo, encomendado pelo Secretário de Defesa Robert McNamara em 1967, vazou para a imprensa que iniciou uma série de reportagens comprometendo, assim, o governo. O presidente da época, Richard Nixon, contra-atacou processando os jornais com base na Lei de Espionagem, tentando proibir novas divulgações do caso. Contrariando a decisão de um juiz, jornais de todo o país passaram a publicar o estudo secreto, como forma de defender a liberdade de imprensa. O caso parou na Suprema Corte que deu ganho de causa aos jornais.

A frase “a imprensa serve aos governados e não aos governantes” se baseia na ideia de que a função principal da imprensa, em uma sociedade democrática, é informar e servir ao interesse público, ou seja, aos cidadãos, e não aos interesses do governo ou de grupos no poder.

Essa perspectiva está alinhada com a função do jornalismo como um vigilante da democracia, ou seja, a imprensa tem o papel de fiscalizar os governantes, expor abusos de poder, proteger os direitos dos cidadãos e promover a transparência. A imprensa, então, deve atuar de forma independente, não sendo submissa aos interesses do governo, teoricamente. No Brasil, é bem teoricamente, mesmo.

Em algumas situações históricas e políticas, a imprensa pode ser cooptada ou manipulada por governantes ou interesses políticos, o que desvirtua essa função de “serviço aos governados”. Nesses casos, a mídia pode se tornar um instrumento de propaganda ou de apoio aos governantes, em vez de ser uma voz crítica em defesa dos direitos da população. É simples assim.

*Jornalista profissional diplomado, editor do portal Do Plenário, escritor, psicanalista, analista sensorial, adesguiano, consultor de conjunturas e cidadão brasileiro protegido (ou não) pela Constituição Brasileira

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