*Luciano Lima
Há 30 anos, a Polícia Civil de São Paulo e vários veículos de comunicação cometiam uma das maiores injustiças da história do Brasil.
Em março de 1994, já próximo da Semana Santa, Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, donos da Escola de Educação Infantil Base, a professora Paula Milhim Alvarenga e seu esposo, Maurício Monteiro Alvarenga, que era o motorista da Kombi que levava as crianças para a escola, e o casal Saulo e Mara Nunes, pais de um dos alunos da escola, foram acusados injustamente de um crime horroroso e que eles nunca cometeram: o abuso sexual de alunos da Escola Base.
Por conta da veiculação de falsas notícias, os envolvidos tiveram suas reputações e vidas destruídas para sempre, apesar de terem sido inocentados judicialmente e do recebimento de algumas indenizações.
O caso da Escola Base se tornou objeto de estudo em diversos campi e cursos como jornalismo, psicologia e direito. A cobertura da imprensa foi completamente parcial e covarde, com os envolvidos sendo crucificados sem nenhum direito de resposta e apenas a voz do delegado, que se deixou levar pelos holofotes.
O assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes é um desses casos horrorosos em que a condenação e o “dedo apontado” chegaram antes da apuração e da elucidação do crime.
Durante quase cinco anos a família Bolsonaro teve que conviver com acusações, insinuações e confusões propositais que levavam a população a desconfiar do envolvimento da família no terrível duplo assassinato. Com os assassinos e mandantes presos e as causas elucidadas, quem vai pagar a “conta” das falsas acusações.
E o caso da jovem mineira Jéssica Vitória, de apenas 22 anos, que cometeu suicídio por ter seu nome envolvido, por vários influenciadores digitais e páginas de fofoca, em um suposto romance com o humorista Whindersson Nunes?
Quem vai pagar a “conta”?
*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista
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