Marcos Machado
Não há registro oficial, mas a história contada através dos séculos é a de que, na Roma antiga, quando um comandante fazia o desfile chamado de “triunfo romano”, atravessando a cidade sempre que vencia uma batalha significativa, ele era seguido por um escravo que sussurrava ao seu ouvido: “memento mori”, que significa “Lembre-se que você é mortal”.
Outra história não oficial da Roma Antiga conta, ainda, que o imperador, ao desfilar também em meio ao povo, trazia atrás de si um escravo que sussurrava: “Omnis potestas caduca est”, ou no tupiniquês “todo poder é efêmero”.
Juntando as duas situações, devemos lembrar que todo poder é passageiro e que todos nós um dia morreremos. Nada é permanente, aliás, a impermanência é a única constante da vida.
O princípio do ritual era para esclarecer ao vencedor que, apesar de todo o seu triunfo momentâneo, ele era mortal e que não deveria se apegar àquele efêmero momento de glória. Mais profundamente, é importante lembrar que do mesmo jeito que algo sobe, inevitavelmente desce, se não por obra da força da gravidade, pela lei natural da impermanência. A vida é cíclica, tudo no universo gira, de forma rápida, ou lenta, mas gira. Nada permanece eternamente.