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quinta-feira, abril 17, 2025

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Não vai de graça, não, Mané!

Marcos Machado

Você já deve ter ouvido a velha máxima: “não existe almoço grátis”. Pois bem, ela continua mais certa do que nunca, especialmente quando se trata de governos. Essa frase, cunhada por economistas sérios como Milton Friedman, não é apenas um bordão de realismo econômico; é um aviso. Um alerta contra a ilusão, contra a propaganda que transforma parasitismo em caridade, espoliação em solidariedade e mentira em política de Estado. Não, Mané, você não vai de graça. Nunca foi. Nunca irá.

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A infantilização do debate público chegou a níveis inimagináveis. Pessoas adultas, alfabetizadas, acreditam piamente que o governo “dá” coisas. Dá auxílio, dá transporte, dá cultura, dá saúde, dá educação. Ora, mas o que é o governo, senão uma ficção jurídica sustentada por impostos reais? Ele não produz riqueza, ele apenas redistribui, e redistribui mal, com perdas colossais no processo.

O “grátis” do governo é o equivalente da mágica: enquanto você se encanta com o coelho saindo da cartola, o mágico enfia a mão no seu bolso sem que você perceba. O governo diz que o show é gratuito — mas quem pagou o palco, o som, a luz, a segurança, o cachê dos artistas? Se não foi uma empresa privada patrocinando (e, ainda assim, com abatimento fiscal), foi você, o cidadão. Sim, você mesmo, pagador de impostos, espoliado compulsoriamente para financiar o espetáculo da benevolência estatal.

o governo não tem dinheiro. Ele tem o seu dinheiro e o gasta mal, mente muito e ainda quer ser aplaudido

Todo benefício de governo tem um custo embutido. Quando o governo oferece transporte “gratuito”, por exemplo, a pergunta é “quem está bancando?”. As empresas de ônibus têm despesas com salários, combustível, manutenção, gestão, e adivinhe quem cobre isso quando a catraca é liberada: você. O cidadão. O contribuinte. O Mané.

O que é vendido como inclusão social muitas vezes é, no fundo, uma jogada de marketing político. Um panfleto eleitoral pago com o seu suor. O governo posa de herói, mas é como o carteiro que entrega a encomenda com laço bonito, sem dizer que você mesmo encomendou e já pagou com juros e correção monetária, e espera que você agradeça.

Essa lógica enganosa do “benefício sem custo” é uma das grandes armas da engenharia social moderna. Cria-se uma percepção positiva artificial em torno dos detentores do poder, como se fossem benfeitores da humanidade, quando, na verdade, são apenas gestores daquilo que já era seu. É um jogo de espelhos: os governantes tomam com uma mão e devolvem com a outra, sempre com um sorrisinho hipócrita no rosto e um banner com a própria foto ao fundo.

Cada “benefício” gratuito oferecido sem crítica ou questionamento é mais um passo rumo à servidão voluntária.

O “grátis” de hoje é o aumento do imposto amanhã, a inflação depois de amanhã, e a estagnação econômica no mês que vem. É o empresário quebrado, o trabalhador desempregado, o sistema colapsado, e, claro, o político eleito com base em agradecimento.

Se alguém ainda acredita na história da carochinha de que o governo está “dando” alguma coisa, talvez precise acordar para o óbvio: o governo não tem dinheiro. Ele tem o seu dinheiro e o gasta mal, mente muito e ainda quer ser aplaudido.

Não vai de graça, não, Mané. Você é quem está pagando. Sempre foi.

*Jornalista profissional diplomado, editor do portal Do Plenário, escritor, psicanalista, analista sensorial, adesguiano, consultor de conjunturas e cidadão brasileiro protegido (ou não) pela Constituição Brasileira

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