Em sessão de nervosismo no mercado financeiro, o dólar voltou a fechar acima de R$ 5 e a bolsa de valores caiu para o menor nível em nove dias, nessa quarta-feira (19), após o envio do chamado arcabouço fiscal ao Congresso Nacional e a nova crise política desencadeada pela divulgação de imagens relacionadas aos protestos de 8 de janeiro. O dólar comercial fechou a quarta-feira vendido a R$ 5,087, com alta de R$ 0,111 (+2,23%). A cotação operou acima de R$ 5 durante toda a sessão, até fechar na máxima do dia.
A moeda norte-americana está no maior nível desde 30 de março, quando tinha fechado a R$ 5,09. Com o desempenho, a divisa, que caía mais de 2% em abril, acumula queda de apenas 0,22% no mês. Em 2023, a moeda cai 3,66%.
No mercado de ações, o dia também foi marcado por tensões. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 103.913 pontos, com queda de 2,12%. O indicador está no patamar mais baixo desde o último dia 10.
No Brasil, os investidores reagiram ao envio do arcabouço fiscal ao Congresso. O texto trouxe mudanças em relação ao inicialmente anunciado pelo governo, como os contingenciamentos (bloqueios de verba) facultativos e a inclusão de despesas na lista de exceções não sujeitas ao limite de gastos, como gastos com precatórios (dívidas com sentença judicial definitiva).
No exterior, o dólar teve mais um dia de alta perante as principais moedas, após diretores do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) afirmarem que a inflação da maior economia do planeta continua alta e que não pouparão esforços para contê-la. No início de maio, o Fed fará uma nova reunião para decidir os juros básicos norte-americanos. Juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil.
