O Ibovespa fechou sua quarta sessão seguida de queda e operou, nesta sexta-feira (20), com forte desvalorização de 1,59%, aos 131.010 pontos. Os investidores, já há alguns meses, apresentam ceticismo e descrença em relação à condução da política fiscal brasileira. Isso porque há uma percepção de que o governo ainda resiste em equilibrar as contas públicas, em especial, através de medidas de cortes de despesas. A seguir, análise da semana por Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil.
Na segunda-feira (16), o Ibovespa fechou com uma alta discreta segurada pelo avanço da Petrobras em dia de alta do petróleo no exterior, enquanto a Embraer representou um peso negativo relevante, caindo mais de 5% após decepção com o desfecho da arbitragem com a Boeing.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,14%, a 135.072,45 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo alcançado 135.715,1 pontos na máxima e 134.869,97 pontos na mínima do dia.
Na terça-feira (17), o Ibovespa fechou em queda de 0,12%, aos 134.960 pontos. O dia foi marcado pelo início das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e Federal Open Market Committee (Fomc). À espera das decisões de política monetária, investidores se posicionaram com maior cautela na sessão de terça. Além disso, Petrobras (PETR3; PETR4), que subiu na segunda-feira 0,99% e 1,39%, impulsionada pela recomendação de compra do Itaú BBA, fechou em queda de 0,61% (PETR3) e 0,46% (PETR4), o que também puxou a bolsa para baixo.
Na quarta-feira (18), as decisões de juros foram aguardadas com altas expectativas pelo mercado. Isso porque foi esperada uma mudança de cenário em ambos os países na política monetária: nos EUA, um corte, enquanto por aqui é aguardada uma alta. A última vez que houve um corte nos juros americanos foi no dia 3 de março de 2020. Já no Brasil, a última vez que o Banco Central (BC) aumentou os juros foi no dia 15 de junho de 2022. A redução das taxas de juros pelo Fed criaria um ambiente mais favorável para o crescimento dos lucros corporativos. Aliviaria a pressão sobre as empresas, que vêm enfrentando margens reduzidas devido à inflação elevada e aos juros altos. O Ibovespa fechou em queda, pressionado pela queda das ações da Petrobras (PETR3; PETR4), em dia marcado por decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O principal índice da B3 terminou o pregão em baixa de 0,90%, aos 133.747,69 pontos, na mínima da sessão. Por mais que o comunicado não tenha sido explícito, o corte de 50 pontos confirma que as preocupações com a saúde do mercado de trabalho pesaram mais na decisão do que os riscos relativos à inflação.
Na quinta-feira (19), o Ibovespa fechou com baixa de 0,47%, aos 133.122,67 pontos, uma perda de 625,02 pontos. É a terceira queda seguida do principal índice da Bolsa brasileira e é o segundo pregão consecutivo fechando na mínima do dia.
A sexta-feira (20) começou com ressaca antecipada para o final de semana, com os futuros das bolsas americanas em queda, mesmo sinal dos índices europeus. Agora que toda expectativa com o Fed ficou no passado, investidores precisam voltar a olhar para o mundo lá fora e checar quais são as reais condições da economia americana. Soma-se ao receio do mercado o problema fiscal brasileiro. Na sexta-feira, o destaque do dia foi a divulgação, às 15h30, do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do quarto bimestre.
Luiza Dammann