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quinta-feira, dezembro 12, 2024

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Mulheres de 35 a 65 anos são mais suscetíveis a doenças cardiovasculares

As mulheres são maioria da população, com mais de 108,9 milhões, e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sábado (14), Dia Nacional de Conscientização das Doenças Cardiovasculares, o Ministério da Saúde chamou a atenção para as brasileiras que têm de 35 a 65 anos, faixa etária com maior risco para as doenças que afetam o coração.

Cerca de 40% das mulheres do país estão nessa etapa em que ocorre o climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e a fase pós-menopausa. Esse é um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, por isso é importante ficar alerta para os sintomas e prevenção.

Segundo dados do estudo Global Burden of Disease (GBD) publicados em 2020, as doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no Brasil, com aumento do número de portadores de 1,48 milhão em 1990 para mais de quatro milhões em 2019. Além disso, de acordo com o estudo, o número de óbitos por doenças cardiovasculares aumentou de 12,1 milhões, em 1990, para 18,6 milhões, em 2019.

Apesar da taxa de mortalidade ser semelhante em ambos os sexos, as mulheres podem ser mais acometidas por algumas alterações e disfunções cardiovasculares.

Segundo a Estatística Cardiovascular – Brasil 2021, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as queixas de dores do peito, que podem estar relacionadas a problemas cardiovasculares e obstrução de artérias do coração foram mais prevalentes em mulheres do que em homens em todos os estudos analisados.

Ainda segundo o GBD 2017, a prevalência de insuficiência cardíaca foi maior em mulheres do que em homens.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos fatores de risco metabólicos que mais contribui para todas as causas de óbito e para a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares. Assim, cabe ressaltar que a pressão arterial entre mulheres costuma ser mais elevada, assim como a prevalência de HAS.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, a HAS atinge 23,9% dos indivíduos entrevistados, correspondendo a 38,1 milhões de pessoas, sendo maior nas mulheres (26,4%) do que nos homens (21,1%).

Portanto, é fundamental a conscientização da população feminina sobre as formas de prevenção das doenças cardiovasculares, uma vez que as mulheres são mais acometidas pelos principais fatores de risco, tais como: a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), a obesidade, o aumento do colesterol sérico e a glicemia de jejum elevada.

Prevenção

A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que alguns fatores de risco estão associados diretamente ao aumento de casos de óbitos por doenças cardiovasculares em toda a população e são considerados fatores de risco comportamentais, isto é, podem ser evitados a partir de hábitos de vida mais saudáveis. Assim, algumas formas de prevenção são:

– Alimentação adequada e saudável;
– Prática de atividade física pelo menos 150 minutos por semana;
– Parar de fumar;
– Redução do consumo de álcool;
– O controle do peso;
– O controle de doenças crônicas consideradas fatores de risco para as DCV, como a hipertensão, o diabetes e a dislipidemia.

Sinais e sintomas

As doenças cardiovasculares incluem os casos de infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, arritmias e outros, de modo que os sinais e sintomas diferem conforme a condição.

Dentre os principais sintomas de IAM, estão:

– Dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito.
– Desconforto intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre o tórax.

Esses sinais podem ser acompanhados de:

– Suor excessivo;
– Palidez e alteração na frequência cardíaca;
– Falta de ar;
– Dor no abdômen;

Nas pessoas com diabetes e nos idosos, o infarto pode ser assintomático, sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito apresentado por esses pacientes.

No caso do AVC os sintomas podem ser:

– Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo, face e/ou membro superior e/ou membro inferior;
– Dificuldade súbita de falar ou compreender a fala;
– Perda visual súbita em um ou em ambos os olhos;
– Tontura, perda de equilíbrio e/ou de coordenação;
– Dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente.

Outra condição cerebrovascular relevante é o Acidente Isquêmico Transitório (AIT), definido como episódio único de déficit neurológico focal agudo e com sintomas semelhantes ao AVC, porém com recuperação completa em menos de uma hora.

Diagnóstico e Tratamento

Não existe um método de diagnóstico único para as doenças cardiovasculares, mas todos os quadros envolvem avaliação clínica e a realização de exames complementares, bem como análise das condições do paciente.

Para o tratamento das doenças cardiovasculares, além do aconselhamento e orientações para controle dos fatores de risco, costuma ser necessária a terapia farmacológica, disponível no SUS. As diferentes abordagens de tratamento são ofertadas em modalidades de consultas individuais ou compartilhadas entre diferentes categorias profissionais.

A atenção integral pode contar também com a Atenção Especializada Ambulatorial e, em casos específicos, com a rede de Urgência e Hospitalar.

Para orientação profissional, o SUS disponibiliza protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas direcionadas às doenças cardiovasculares e seus fatores de risco, além de publicações e materiais como:

– Linha de Cuidado do Adulto com Acidente Vascular Cerebral (AVC)

– Linha de Cuidado do Adulto com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)

– Linha de Cuidado do Adulto com Diabetes Mellitus tipo 2

– Linha de Cuidado do Adulto com Doença Renal Crônica (DRC)

– Linha de cuidado do Adulto com Obesidade

– Linha de Cuidado de Combate ao Tabagismo

Além dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Sobrepeso e Obesidade em Adultos , para Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida , do Diabetes Mellitus Tipo 1 , do Tabagismo , dentre outros materiais com orientações de promoção da saúde, prevenção dos fatores de risco e manejo do paciente.

Fran Martins
Ministério da Saúde

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