A inflação continua subindo para todas as faixas de renda, inclusive para a baixa e muito baixa. É o que aponta o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a julho, divulgado nessa quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na comparação com julho de 2023, os dados revelam um avanço da inflação corrente para todas as faixas de renda, com impacto mais intenso entre as famílias de renda muito baixa.
Os dados do Ipea indicam que a taxa de inflação para as famílias de renda alta, em julho, ficou em 0,80%. Entre as famílias de renda muito baixa e baixa, as taxas foram, respectivamente, de 0,09% e 0,18% no mês passado.
A inflação para as famílias de renda muito baixa acumulada em 12 meses é de 4,05%, enquanto a faixa de renda alta tem a taxa de 5,09%.
Os reajustes de 1,9% no preço da energia elétrica, impactado pela adoção da bandeira tarifária amarela, e de 1,2% do gás de botijão explicam a contribuição do grupo habitação para a inflação de julho, especialmente entre as famílias de renda mais baixa.
As famílias de renda alta foram mais atingidas pelos reajustes de 3,3% dos combustíveis, de 4,4% do seguro veicular e de 19,4% das passagens aéreas, como as principais causas do forte impacto exercido pelo grupo transportes para a inflação das famílias de renda alta em julho. O aumento dos serviços pessoais (0,55%) e de lazer (0,52%) também ajuda a explicar o quadro de pressão inflacionária mais intensa para os segmentos de maior renda.
De acordo com o Ipea, o aumento da inflação corrente é explicado, em grande parte, pela piora no desempenho dos grupos habitação e artigos de residência. No caso, as altas nos preços da energia elétrica (1,9%) e do gás de botijão (1,2%), em 2024, ficaram bem acima das quedas apontadas em 2023: -3,9% e -1,0%, respectivamente.
A inflação acumulada em 12 meses, com os dados de julho de 2024 incorporados, mostra que todas as classes de renda registraram aceleração de sua curva de crescimento. Em termos absolutos, o segmento de renda baixa apresenta inflação de 4,1%, enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada no período considerado (5,1%).