Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve, em fevereiro, o pior momento para a avaliação de sua administração desde que retornou ao Palácio do Planalto para um terceiro mandato, em janeiro de 2023. É o que mostra pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (6).
O levantamento, realizado de 25 a 27 de fevereiro, com dois mil eleitores, aponta que 35% dos entrevistados consideram o governo atual “positivo” − oscilação negativa de um ponto percentual em relação ao mês anterior, em movimento que confirma uma tendência de queda desde o pico de 42% em agosto. É o patamar mais baixo desde que Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto pela segunda vez.
As avaliações negativas saltaram de 29% para 34% em um mês. A diferença de um ponto percentual para a aprovação é também a menor entre os dois indicadores, o que aponta para um momento mais desafiador para a administração petista em um ano em que aliados buscarão apoio nas eleições municipais. A margem máxima de erro da pesquisa é de 2,2 pontos.
Segundo a pesquisa, 35% dos entrevistados afirmam que o governo Lula é pior do que eles esperavam. Um ano atrás, esse grupo representava 18% dos entrevistados. Já os que dizem que a atual administração não está nem melhor, nem pior, oscilaram de 38% para 36% de fevereiro de 2023 para cá.
Considerando segmentos da população, a pesquisa Genial/Quaest mostrou uma disparada na rejeição a Lula entre o eleitorado evangélico, saindo de 36% em janeiro para atuais 48%. As avaliações positivas neste grupo, por outro lado, minguaram de 27% para 22% no período. Ao contrário dos católicos, em que a aprovação permaneceu praticamente estável (42% contra 41% em janeiro).
Olhando o eleitorado de forma segmentada, um dos grupos que mais contribuiu para a piora na avaliação de Lula foi o das mulheres. Segundo a pesquisa, a aprovação à atual administração recuou de 55% para 51% entre as eleitoras em um intervalo de um mês, no pior patamar deste mandato. A desaprovação, por outro lado, avançou de 41% para 45%.
Considerando as estratificações por região, Lula manteve forte apoio no Nordeste, de 70% para 68% de aprovação no intervalo de um mês. Movimento muito distinto ao observado no Sudeste e no Sul, regiões em que a rejeição avançou de 47% para 52% e de 51% para 57%, no pior desempenho do petista no terceiro mandato.
Entre os estratos de renda, Lula só tem aprovação maior do que rejeição no eleitorado com renda familiar mensal de até dois salários mínimos (61% contra 36%) − resultado que repete o padrão de votação do petista na eleição presidencial de 2022.
A pesquisa também mostra que, até janeiro, Lula mantinha aprovação superior à rejeição entre eleitores com renda familiar mensal entre dois a cinco salários mínimos (52% a 46%), mas o quadro virou no último levantamento, com os eleitores descontentes passando para 52%, contra 45% de satisfeitos.
O padrão é o mesmo observado por nível de escolaridade. Lula manteve apoio maoir entre eleitores com até o Ensino Fundamental completo (59% de aprovação contra 38% de reprovação) − embora as visões positivas também tenham recuado seis pontos percentuais em um mês, na mesma proporção do avanço das negativas.
Assim como no caso de eleitores de classe média, pela primeira vez a rejeição ao atual governo superou numericamente a aprovação entre o grupo com Ensino Médio completo ou incompleto: 50% contra 48%, em diferença dentro da margem de erro. Entre os mais escolarizados, com Ensino Superior completo ou mais, a rejeição somou 53%, e a aprovação ficou em 45%.