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Ditadores são vampiros que saboreiam estúpidos

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Ray Cunha

Um dos personagens de ficção mais fascinantes é Conde Drácula, do irlandês Bram Stoker. Drácula é vampiro. Vampiros alimentam-se de sangue. Sugam o sangue da vítima perfurando de preferência as veias jugulares externas ou as artérias radiais. São zumbis, mortos-vivos, criaturas sem personalidade. São completamente estúpidos, brutais. Na realidade, são os ditadores. Como Hugo Chávez Maduro e colegas.

O teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-1945), que se bateu com Adolf Hitler, disse que “a estupidez é um inimigo mais perigoso para o bem do que o mal”. Essas palavras brotaram de Bonhoeffer quando ele sentiu o totalitarismo na pele. Fundou a Igreja Confessante, grupo evangélico que combatia o nazismo. Hitler o prendeu e dois anos depois e executou em um campo de concentração.

Por que Bonhoeffer disse isso? Porque, segundo ele, o mal pode ser combatido. Logo, pode ser identificado. Mas contra a estupidez não há defesa, porque a estupidez não pode ser identificada. É como um vampiro. O que é um vampiro senão uma aberração, a loucura, algo que está fora dos padrões. Talvez, a estupidez seja, em sua essência, falta de sentido.

“Contra a estupidez não temos defesa. Nem protestos nem força podem alcançá-la. O raciocínio é inútil. Os fatos que contradizem os preconceitos pessoais podem simplesmente ser desacreditados – na verdade, o estúpido pode contrariá-los criticando-os e, se forem inegáveis, podem apenas ser postos de lado como exceções triviais. Assim, o estúpido, diferentemente do canalha, fica completamente satisfeito consigo mesmo. Aliás, ele pode facilmente tornar-se perigoso, uma vez que não é preciso muito para transformá-lo em agressor. Por essa razão, é necessário ter mais cuidado com ele do que com um mal-intencionado. Nunca mais vamos tentar persuadir a pessoa estúpida com razão, pois isso é insensato e perigoso” – alerta Bonhoeffer.

Isso nos faz lembrar a turma do “gópi”. Trata-se de uma narrativa espúria, claramente espúria, mas pessoas que se julgam intelectuais, gente com doutorado, sentem-se honradas em babar-ovos dos arautos do “gópi”. “Contra a estupidez não temos defesa. Nem protestos nem força podem alcançá-la. O raciocínio é inútil.”

A estupidez é uma doença que não tem cura. Os infectados são como certos pets: hiena, sucuri, jacaré-açu, dragão-de-komodo, mamba-negra, leão. Comportam-se como fofuras, até que um dia pulam na cara do dono. As hienas mordem a barriga, a genitália ou o ânus, que são mais tenros, e começam a comer a vítima por ali, vivas. Os ditadores são assim mesmo.

Só que antes de comer vivo o povo, o ditador primeiramente o desarma, amarra-o bem, põe-lhe mordaça, e aí começa a curra. Primeiramente é a vez do ditador, que, depois de enfiar bastante o dedo, porque não tem mais ereção, cede a carcaça para seus baba-ovos, de modo que quando chega a vez da guarda pretoriana a vítima não sente mais nada.

Mas Bonhoeffer dá uma esperança: “Se quisermos saber como superar a estupidez devemos procurar compreender sua natureza”. E qual é a natureza da estupidez? Segundo o teólogo, a estupidez tem suas raízes profundas no subconsciente. Os seres humanos são animais sociais, e é a sociabilidade o que estaria na base da estupidez.

Dietrich Bonhoeffer: “Notamos ainda que as pessoas que se isolaram dos outros ou que vivem em solidão manifestam este defeito com menos frequência do que os indivíduos ou grupos de pessoas inclinadas ou condenadas à sociabilidade. E assim parece que a estupidez é talvez menos um problema psicológico e mais um problema sociológico”.

A estupidez é então grupal. Não há pensamento individual, senso crítico. A manada é como um grande cardume em sincronia ou bando de aves de arribação. Disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Nos indivíduos, a insanidade é rara; mas em grupos, partidos, nações e épocas, é a regra”. O que um petista pensa deve ser o mesmo da manada. Se pensar diferente será expulso.

Dietrich Bonhoeffer: “O poder de um precisa da estupidez do outro. O processo em ação aqui não é que as capacidades humanas particulares, como o intelecto, por exemplo, atrofiam ou falham de repente. Em vez disso, parece que, sob o peso esmagador do aumento do poder, os seres humanos são privados de sua independência interior e, de maneira mais ou menos consciente, desistem de estabelecer uma posição autônoma em relação às circunstâncias emergentes. O fato de a pessoa estúpida ser muitas vezes teimosa não deve cegar-nos para o fato de ela não ser independente”.

Lula da Silva compreende muito bem isto: “O poder de um precisa da estupidez do outro”. Ou da massa, pois as pessoas doentes de estupidez agem como autômatos. Não há lógica nas suas vidas, nos fatos; não há realidade, só estupidez.

Dietrich Bonhoeffer: “Na conversa com ele (o estúpido), sente-se praticamente que não se trata de uma pessoa, mas dos slogans, palavras de ordem e coisas do gênero que se apoderaram dele. Ele está sob um feitiço, cego, usado e abusado em seu próprio ser. Assim, depois de se tornar um instrumento insensível, a pessoa estúpida também será capaz de qualquer mal e, ao mesmo tempo, incapaz de ver o que é o mal”.

Os maus, até mesmo os muito maus, emocionam-se, e podem inclusive amar. Mas os estúpidos, não. Os estúpidos perdem os lobos frontais da mente. Vivem maconhados. Se seus algozes dizem que tomar no traseiro é bom os estúpidos se posicionam na hora. São piores do que robôs de filme de ficção científica, que, às vezes, se rebelam. Os estúpidos não têm um parafuso. Um parafuso importante. Jamais discuta com um estúpido, pois ele o arrastará para a lama, rindo, e o devorará como as hienas devoram suas vítimas.

Importante: ditadores não são estúpidos. Ditadores sabem manipular como ninguém a manada, a récua. Inflam a musculatura à custa de sangue dos idiotas úteis. Quanto mais estúpido for o idiota melhor para os ditadores. E quando os algozes tombam, os estúpidos voltam para a sua catatonia. Acredito mesmo que os estúpidos são almas primitivas vagando no Umbral e os ditadores, magos negros.

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