A negativação dos negócios ainda é alta no País, alcançando 6,9 milhões de CNPJs no vermelho em julho deste ano, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Esse número representa 30,8% das companhias existentes no Brasil.
Ainda de acordo com os dados divulgados pela Serasa Experian, dentre as mais de 6,9 milhões de companhias negativadas, 6,5 são micro e pequenos negócios. O setor de serviços representou a maior parte das empresas, com compromissos negativados em 55,9%. Em sequência, o comércio com 35,6%, seguido pelas Indústrias com 7,3%.
Segundo o sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Fábio Santiago, o atual momento econômico do País pode dificultar o processo de recuperação das empresas. “A pausa na redução das taxas de juros, que vinha se mantendo estável, pode agravar a alta inadimplência, especialmente em relação às dívidas de longo prazo, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas dívidas pode levar à insolvência”, afirma.
O sócio-diretor da Nordex destaca que a reestruturação empresarial pode contribuir para a recuperação financeira das empresas de várias formas, como:
Na redução de custos e eficiência operacional, permitindo que a empresa identifique e elimine áreas ineficientes e não rentáveis. Isso pode envolver a renegociação de contratos, a redução de despesas operacionais e a otimização de processos.
Na renegociação de dívidas, que é um dos principais objetivos da reestruturação. Isso pode incluir a extensão dos prazos de pagamento, a redução das taxas de juros ou até mesmo a redução do valor principal da dívida. Essas mudanças podem aliviar a pressão financeira sobre a empresa e facilitar o cumprimento das obrigações.
Para melhorar a liquidez, ao liberar recursos que estavam comprometidos em ativos não essenciais ou operações menos rentáveis. Isso proporciona à empresa mais flexibilidade financeira para lidar com suas dívidas e investir em áreas estratégicas.
Oferece a oportunidade de revisar e, se necessário, reformular o modelo de negócios da empresa. Isso pode incluir a diversificação de produtos e serviços, a exploração de novos mercados ou a mudança de estratégias de preços para melhor atender às necessidades do mercado e aumentar a rentabilidade.
Para restaurar a confiança dos investidores e credores, demonstrando que a empresa está comprometida em resolver seus problemas financeiros e em recuperar a saúde financeira, facilitando a obtenção de novos financiamentos ou investimentos.
“Em muitos casos, a reestruturação é uma alternativa à falência, permitindo que a empresa continue operando, preserve seu valor e mantenha empregos, beneficiando acionistas, funcionários, bem como a economia local”, enfatiza Santiago.
Ainda de acordo com o consultor, a reestruturação também pode ajudar a empresa a se adaptar a mudanças no mercado ou na economia. Isso pode envolver a adoção de novas tecnologias, a resposta a novas demandas dos consumidores ou a adaptação a novas regulamentações. “A reestruturação empresarial é um processo estratégico essencial para ajudar as empresas a superarem desafios financeiros, melhorar a sua posição competitiva e garantir a sustentabilidade a longo prazo”, conclui Santiago.
Com informações da