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Caso Jéssica: justiça só não pune imediatamente se não quiser

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*Luciano Lima 
Muito triste o caso da jovem Jéssica Vitória, de apenas 22 anos, que cometeu suicídio depois de ser vítima de uma notícia falsa divulgada pela página de fofoca “CHOQUEI”.
Eu tenho profundo desprezo por esses perfis de fofoca e tenho um extremo preconceito por quem curte, compartilha e segue páginas como a da “CHOQUEI”, que são redes sociais que têm um profundo desrespeito pelo ser humano e não medem consequências para destruir e prejudicar pessoas.
Sou pai e me coloco, mesmo sem ter noção do tamanho da dor, no lugar da mãe da Jéssica, que, antes do suicídio da filha, implorou, se humilhou e clamou para que a deixassem em paz. Infelizmente, não foi atendida! A maldade e a crueldade falaram mais alto.
Não me interessa se a página apoia ou apoiou o Lula ou quem quer que seja. Será mais humano, digno e justo não fazer de uma tragédia humana um cabo de guerra político. É de uma imensa covardia, além de banalizar a morte da Jéssica. Precisamos, neste momento, de JUSTIÇA. Uma vida foi perdida por causa de uma mentira.
Posso afirmar que casos como o da JÉSSICA VITÓRIA não precisam de aprovação de nenhuma lei de combate a Fake News. Existe legislação contra agressões e informações falsas na internet, mas falta rapidez, efetividade e vontade do poder judiciário em julgar os casos.
JÉSSICA foi vítima de calúnia, difamação, injúria, intimidação sistemática e bullying. Para todas as estas modalidades de crime já existem leis para responsabilizar criminalmente os autores. É só a justiça fazer a sua parte.
E mais: diante da “nova ordem” no Supremo Tribunal Federal (STF), a página “CHOQUEI” já deveria ter sido tirada temporariamente do ar e os seus administradores, Raphael Souza e Júnior Silva, já deveriam ter sido, no mínimo, presos. Por que até agora nada aconteceu? Ou a “nova ordem” é apenas “dois pesos e duas medidas”?
A justiça é simbolizada pela deusa Têmis, que tem como características uma balança em uma das mãos, a espada na outra e a venda que lhe tapa a visão. A balança personifica o equilíbrio e a igualdade, a espada é a punição e a venda é a imparcialidade, e não a cegueira completa.
*Luciano Lima é historiador, jornalista e radialista 

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