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quinta-feira, dezembro 12, 2024

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A Starlink será abatida nos céus do Brasil?

Ray Cunha

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, intimou o empresário norte-americano Elon Musk, um dos acionistas da rede social X (antigo Twitter), ameaçando-o de “pena de imediata suspensão” do X, além de exigir o pagamento de multas pelo descumprimento de ordens judiciais anteriores. A intimação foi feita pela própria rede social X.

Moraes acusa Musk de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime, porque Musk recusou-se a bloquear contas de parlamentares e jornalistas que utilizam os serviços de telecomunicações das empresas do empresário.

Musk ignorou a intimação, por verificar, com seus advogados, que ela não tem base legal, e chamou Moraes de “ditador brutal”, afirmando que ele tem o presidente Lula “na coleira”.

Moraes revidou: pretende bloquear no Brasil a Starlink, da qual Musk é também acionista, para quitar dívidas do X. Musk riu. A Starlink, braço da Space Exploration Technologies, a SpaceX, empresa de exploração espacial, mantém milhares de satélites em órbita da Terra enviando sinal de internet a áreas remotas. A Amazônia só conta com internet firme graças à Starlink. O agronegócio brasileiro depende bastante da Starlink. Em tragédias como a do Rio Grande do Sul a Starlink tem sido importantíssima.

Caso Moraes mande a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) cortar o sinal da Starlink, a empresa deverá continuar prestando o mesmo serviço, utilizando antenas. Musk é tratado pela velha mídia brasileira como “o bilionário”, em um tom como se ser bilionário fosse uma doença. Porém, além de bilionário, Musk é um gênio da tecnologia, especialmente da corrida espacial, e faz parte de um pequeno clube da segurança e inteligência não só dos Estados Unidos, mas global.

Além disso, Musk tudo vê e ouve, por meio das câmeras espalhadas pelo mundo e de telefones celulares.

Elon Reeve Musk virou herói no Brasil. Nascido em Pretória, África do Sul, em 28 de junho de 1971, naturalizado estadunidense, Musk é o homem mais rico do mundo, fundador da SpaceX, CEO da Tesla, vice-presidente da OpenAI, fundador e CEO da Neuralink, presidente da SolarCity e proprietário do X (Twitter). De acordo com o Bloomberg Billionaires Index, seu patrimônio líquido é estimado em 225 bilhões de dólares; segundo a revista Forbes, é de 234 bilhões de dólares.

Musk foi uma criança que lia tudo. Aos 10 anos começou a estudar programação de computadores e aos 12 anos vendeu o código de um jogo de vídeo baseado em Basic que ele criou e chamou de Blastar, para a revista PC and Office Technology, por 500 dólares. Em junho de 1989, aos 17 anos, mudou-se para o Canadá, terra da sua mãe, a modelo e nutricionista Maye Musk. Em 1992, mudou-se para os Estados Unidos, onde se graduou em física e em economia. Em 2002, tornou-se cidadão americano.

A SpaceX desenvolve e fabrica foguetes. Em setembro de 2008, o Falcon 1 se tornou o primeiro foguete com financiamento privado a colocar um satélite na órbita da Terra, e em 25 de maio de 2012, a espaçonave Dragon, da SpaceX, foi a primeira nave de uma empresa comercial a ancorar na Estação Espacial Internacional.

A cereja do bolo da SpaceX é o Starlink, um projeto de desenvolvimento de satélites, milhares deles. Em 2022, o então presidente Jair Bolsonaro firmou um acordo com Musk para levar internet firme para 90% dos municípios da Amazônia, beneficiando 19 mil escolas em áreas rurais. Os Yanomami já contam com uma antena Starlink que permite comunicação em alta velocidade entre postos de saúde e comunidades isoladas.

– Nossa internet está funcionando perfeitamente – afirmou à BBC News, Brasil Júnior Yanomami, presidente da associação Yanomami Urihi. – Tem ajudado de forma excepcional, tanto para a equipe de saúde, que diariamente repassa informações e solicitações de resgate, como para os Yanomami, que nos comunicam sobre tudo o que acontece na região em que está instalada a internet.

Na Amazônia, incluindo as regiões mais remotas, já é rotina o uso de cartões de débito ou crédito e pagamentos via Pix, com segurança e rapidez, graças à Starlink.

O PIB francês é ampliado por três foguetes lançados na base espacial em Kourou, no meio da selva, no Departamento Ultramarino francês, a Guiana Francesa: Ariane, Soyuz e Vega. O maior deles, o Ariane 5, foi criado em 1996, levando para o espaço alguns dos maiores satélites de telecomunicações e meteorologia do planeta.

O projeto do Ariane 6, foguete de 62 metros de altura, desenvolvido para lançar espaçonaves ainda maiores do que as transportadas pelo Ariane 5, tem orçamento de 2,4 bilhões de euros, dinheiro dos países da Agência Espacial Europeia (ESA); mais barato e eficiente do que o Ariane 5. Cada lançamento do Ariane custa em torno de 100 milhões de dólares.

Mas uma nova geração de foguetes reduziu os custos. A SpaceX, , do bilionário Elon Musk, pode fazer a mesma coisa que o Ariane 5 dezenas de milhões de dólares mais barato. Os dois primeiros foguetes da empresa são os Falcon 1 e Falcon 9, homenagem à Millennium Falcon, de Star Wars, e sua primeira nave espacial é a Dragon, em homenagem ao filme Puff the Magic Dragon, tudo isso concretizado em apenas sete anos.

Em setembro de 2008, o Falcon 1 fez história: tornou-se o primeiro foguete privado a colocar um satélite na órbita terrestre, e, em 25 de maio de 2012, a Dragon ancorou na Estação Espacial Internacional, tornando-se a primeira empresa privada a fazer isso.

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