Início GERAL Senado ignora MP trabalhista e gera desemprego

Senado ignora MP trabalhista e gera desemprego

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, após reunião com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu não votar a Medida Provisória (MP) 927/2020, que altera regras trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Depois de votar duas MPs na sessão dessa quarta-feira(15), alguns senadores da esquerda se manifestaram contrários à votação da MP 927. Sem ‘acordo” para a votação, Alcolumbre encerrou a sessão sem votar o relatório do senador Irajá (PSD-TO).

O relatório de Irajá chegou a ser discutido na semana passada, mas quase todos os líderes partidários pediram para adiar a votação. Entre as medidas previstas no texto estão a adoção do teletrabalho, a antecipação de férias e de feriados, além da concessão de férias coletivas. O texto prevê a suspensão do cumprimento dos acordos trabalhistas devidos em caso de rescisão do contrato de trabalho, caso a empresa tenha tido as atividades paralisadas em virtude da pandemia.

Com isso, a MP vai perder a validade, uma vez que Alcolumbre disse que ela não será votada esta semana. A matéria expira no domingo (19). “Infelizmente essa medida provisória veio com muitos problemas. Veio com mais de mil emendas da comissão. Acabou que o que se desejava da sua eficácia imediata se transformou em um problema em relação aos direitos trabalhistas. Isso vem dificultando a votação dessa matéria”, disse o presidente. “Diante dessas manifestações, vou retirar essa medida provisória da pauta”.

As críticas eram direcionadas à redução do poder do empregado diante do empregador nas negociações de acordos trabalhistas. O trecho que prevê a predominância do acordo individual entre o empregado ou empregador sobre leis e acordos coletivos foi um dos mais atacados.

Em seu parecer, o relator, Irajá (PSD-TO), alterou esse trecho, reduzindo a validade da medida ao período de duração do estado de calamidade pública decretado em função da pandemia, mas, ainda assim, foi criticado. Senadores de oposição chegaram a dizer que a MP era uma nova reforma trabalhista.

Sem condição para minimizar os efeitos da pandemia na economia e o engessamento das negociações para com os empregados, empresários se vêem encurralados pela falta de alternativas para manter os empregos.

(Com ABr/EBC)

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