O primeiro trem da Linha 17-Ouro foi entregue ao Metrô de São Paulo na noite de sexta-feira (26), na cidade de Guang’an, na China, onde foi fabricado. Projetada especialmente para a linha, a composição agora será preparada para ser enviada ao Brasil por navio e chegar ao Porto de Santos no mês de julho.
“Hoje é um dia muito feliz para o Estado de São Paulo, que dá mais um passo importante na mobilidade urbana. Esse é o primeiro de 14 trens e é a melhor sinalização que a gente pode dar de que a esperança voltou, que a obra vai se tornar realidade”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas, que, por meio de vídeo, abriu a cerimônia de entrega que contou ainda com a presença do presidente do Metrô, Julio Castiglioni, e do vice-presidente da divisão de fabricação de monotrilhos da BYD, Lin Ren.
Após os procedimentos de liberação aduaneira, o trem será transportado ao Pátio Água Espraiada para a montagem e início dos protocolos de testes, que garantem os certificados de segurança e a liberação para a operação, no processo chamado de comissionamento.
Essa composição faz parte de um lote de 14 unidades encomendadas pelo Metrô junto à BYD, que fabrica as composições na China. O cronograma estabelecido define a chegada do segundo trem ainda este ano e os demais sendo entregues no Brasil gradativamente em 2025.
Características do Trem
Os trens têm o modo de operação automática (UTO), utilizando tecnologia de Sistema de Controle de Monitoramento de Trens (TCMS) e sistema de sinalização CBTC, que, por meio de comunicação via rádio digital, forma blocos móveis entre os trens, permitindo maior aproximação entre eles e a redução do intervalo de circulação.
Cada composição do monotrilho é formada por cinco carros, sendo que os carros de extremidade contam com 21 assentos cada e os carros intermediários contam com 24 assentos cada, totalizando 114 assentos e com capacidade total para 616 passageiros, incluindo assentos prioritários e áreas para deficiente.
A composição possui passagem livre entre os carros, sistema de ar-condicionado, iluminação LED, câmeras de vigilância, sistema de detecção e combate a incêndio, sistema de comunicação audiovisual aos passageiros, com mapa de linha dinâmico e intercomunicador para contato ao Centro de Controle Operacional (CCO).
O veículo mede 3,2 metros de largura, os carros de extremidade possuem 13,5 metros cada e os intermediários medem 10 metros de comprimento cada, além da área de passagem 0,95 metros, totalizando 60,8 metros de comprimento. Cada carro possui quatro portas (duas em cada lado) medindo 1,6 metros de largura que respeitam as normas e critérios de acessibilidade. As paredes laterais estão equipadas com janelas panorâmicas, proporcionando excelente visualização do entorno do trajeto e janelas tipo basculantes, que podem ser abertas caso necessário, garantindo ventilação de emergência para os passageiros.
O monotrilho opera sobre vigas de concreto de 800mm de largura e possui dois truques por carro, sendo cada um equipado com um motor de tração, duas rodas de carga, quatro rodas guia e duas rodas estabilizadoras. O monotrilho opera com uma tensão nominal de 750 Vcc, com velocidade operacional de 80 km/h.
O monotrilho está equipado com baterias de tração, que funcionam como fonte de energia reserva para o veículo, garantindo assim que o trem chegue à próxima estação, mesmo que haja interrupção no fornecimento de energia, proporcionando uma segurança maior para o usuário em caso de emergência operacional.
Implantação da Linha 17-Ouro
O Metrô retomou a construção da Linha 17-Ouro em setembro do ano passado e vem avançando nas obras com mais de mil pessoas envolvidas. Recentemente a empresa concluiu o lançamento de vigas, por içamento, da via de operação comercial, e há atividades de fabricação das vigas do Pátio. além da montagem dos aparelhos de mudança de via neste local.
Também são feitos os acabamentos e ajustes das estações, além da fabricação de estruturas metálicas, passarelas e esquadrias para fechamento. Em paralelo, ocorrem as atividades para a instalação de sistemas, com a colocação de dutos e cabeamento de alimentação elétrica, assim como o uso de um carrinho que percorre as vias para a instalação dos trilhos de captação de energia, além de trabalhos na China, como a fabricação de portas de plataforma e subestação primária isolada a gás; na Alemanha, Hungria e Espanha – para a fabricação de seccionadoras de energia, grupos retificadores, máquina de lavar trens e outros equipamentos.
A meta é concluir a obra bruta até o final de 2025, permitindo o avanço da instalação de sistemas para a abertura da linha em 2026, que vai ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos e beneficiar a 100 mil pessoas diariamente.