A produção industrial do Centro-Oeste brasileiro apresentou taxa de crescimento superior à média nacional. O diagnóstico faz parte de uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o desenvolvimento econômico da região. A pesquisa revela que o Centro-Oeste teve crescimento industrial de 7% entre 1999 e 2016, superando as regiões Norte, com 5,2%, e Nordeste, com 3,5% no mesmo período.
Os indicadores mostram que a integração do setor produtivo local ao mercado internacional alavancou o crescimento industrial do Centro-Oeste. A análise do Valor Bruto de Produção Industrial (VBPI) – estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – confirma o ciclo de crescimento industrial na região influenciado pelo comércio exterior. Por outro lado, observa-se o aumento da dependência em relação ao mercado globalizado, com destaque para a China e países da União Europeia.
“A presença do comércio exterior permitiu dobrar a taxa de crescimento industrial do Centro-Oeste no período observado quando comparado ao Nordeste. Isso coloca a região acima da média nacional em relação à taxa de crescimento anual na atividade industrial do país ”, afirma o pesquisador Murilo Souza Pires Murilo, autor do estudo. A pesquisa aponta, ainda, que as importações da região Centro-Oeste passaram de 0,8% do total nacional nos anos 1990 para 5,5% em 2016.
Os indicadores mostram que dez segmentos específicos impulsionaram a produção industrial no Centro-Oeste em 2016. Os produtos alimentícios representaram 54% da atividade industrial, seguidos de derivados de biocombustíveis (10,2%), e produtos químicos (8,3%). Também foi observada tendência de crescimento na taxa de exportações de produtos derivados agrícolas da soja e do milho.
Desenvolvimento Regional
O estudo mostra que entre os estados da região Centro-Oeste, Goiás apresentou maior contribuição para o crescimento industrial no período verificado. O agronegócio continua a ser o setor predominante, tendo impactos na indústria. Além disso, o estado respondeu, na média das duas últimas décadas, por quase 50% da atividade produtiva industrial. Na sequência aparecem Mato Grosso, com 27%, e Distrito Federal, com 4%.
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(Assessoria de Comunicação do Ipea)