Ray Cunha
Pela lógica, o presidente Jair Messias Bolsonaro deveria ter sido reeleito no primeiro turno. Mais pop do que astro de rock ou de Hollywood, onde quer que vá é cercado por multidão de eleitores gritando “mito, mito, mito”, ao passo que onde Lula for é chamado de ladrão e se não se pôr ao fresco pode ser agredido. O espantoso é que Bolsonaro, apesar de ter induzido a eleição de um terço dos governadores e do Congresso Nacional, foi “derrotado”, no primeiro turno, por Lula. Pergunta-se: por que não o derrotaram logo no primeiro turno? É que a coisa ficaria escandalosa demais. Para o bom entendedor, uma palavra basta.
Oito governadores e 20 senadores foram eleitos no primeiro turno com apoio de Bolsonaro. Entre os novos senadores estão o vice-presidente, Hamilton Mourão, e cinco ex-ministros. A partir de 2023, o PL terá 13 senadores. Sérgio Moro, ex-juiz especializado em prender bandidos do porte de Lula e que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, com quem se desentendeu, foi eleito senador pelo Paraná com discurso anti-PT e anti-Lula, e com acenos a Bolsonaro. No Rio de Janeiro, o PL de Bolsonaro reelegeu Romário e no Espírito Santo o pastor neopentecostal Magno Malta.
Das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados, o PL conquistou 99. O Centrão – PL, PP e Republicanos –, que compõe a base aliada de Bolsonaro, fez 187 deputados federais e 23 senadores.
Vamos supor que o establishment, que, seco pela abstinência forçada da teta da burra, consiga, de alguma forma, eleger Lula presidente. O plano de governo de Lula é de terrorista: amordaçar a imprensa; acabar com o teto de gastos; liberar as invasões de propriedades privadas; estimular o aborto; liberar sexo publicamente; desarmar a população; soltar barões do narcotráfico; investir nas ditaduras comunistas, principalmente Cuba e Venezuela; fatiar os ministérios entre os partidos de esquerda; sediar permanentemente no Brasil o Foro de São Paulo; aparelhar as Forças Armadas e a Polícia Federal; completar sua obra no Supremo Tribunal Federal (STF) etc. etc. etc.
Mas a vida do nove dedos não será fácil. Os eleitores de Bolsonaro, o novo Congresso Nacional, os influenciadores pró-Bolsonaro na internet, a Polícia Federal e as Forças Armadas estarão atentos a qualquer passo do descondenado. Há mais um problema para Lula. Fisicamente, ele está debilitado. Aliás, essa é a esperança do Chuchu, seu vice. Contudo, isso é apenas uma teoria, que pode ser uma fantasia. Só o segundo turno dirá.
Porém, com ou sem Bolsonaro, há três pautas prioritárias do novo Congresso Nacional, assim que tome posse, no início de 2023: prisão em segunda instância, fim do foro privilegiado e impeachment de ministros de tribunais superiores. Com Lula no Palácio do Planalto ou não, o trevoso está sob ameaça de voltar para a jaula, de onde, se a Justiça não estivesse literalmente cega, não teria escapado.
Se você, leitor, quiser ir a fundo para conhecer o perfil psicológico de Lula e o atual momento político leia O CLUBE DOS ONIPOTENTES.