* Rosalvi Monteagudo
Comércio tradicional é a negociação entre compra ou venda de bens e mercadorias com fins lucrativos. A dominação é feita pela transfiguração da manipulação do consumismo para um impulsionismo incitado de imediato pelo ter, sem reflexão, quase uma doença, que conduz a compras compulsivas e desnecessárias aos interesses dos próprios destinatários, e, através de ideias transformistas de que aquele que tem é o que está bem, lançam mão do ser priorizando o ter, gerando conflitos fúteis e superficiais.
O comércio está relacionado com a firma registrada dentro da lei enquanto a informal é sem registro e está fora da lei. Há ainda o comércio eletrônico ou e-commerce expresso pela tecnologia nos processos de venda. Já o comercio justo é um dos meios de sustentabilidade econômica e ecológica, sendo um movimento social global que estabelece um preço justo que dá impulso a cooperação entre o produtor e o consumidor.
A comercialização deve ser fundada em razões das novas relações econômicas e comerciais. O problema da comercialização é que o consumidor ou o empregado ganha mal ou está desempregado, uma vez que ganhar dinheiro sem comprador não existe. É preciso mudar e oferecer relações comerciais mais justas entre consumidores e produtores. Precisa constituir uma rede de produtores e consumidores para combater as injustas regras do comércio.
No comercio justo, a produção é por um preço considerado justo para o produtor que está limitado ás redes de distribuição dos produtos solidários, mas precisam envolver todos os produtos do sistema de solidariedade. É um movimento global em que cada um dos aspectos do comércio internacional deve buscar um justo preço.
Os meios de administração do comércio considerado justo são:
– Clareza e transparência na gestão produtiva e comercial;
– Acesso ás informações do mercado;
– Combater o preço no mercado e sua lei da oferta e da procura;
– Preço justo no produto e um bônus para a comunidade;
– Organizações democráticas dos produtores, através de cooperativas ou associações;
– Sentimento de respeito ás legislações e ás normas nacionais e internacionais;
– Respeito ao meio ambiente.
Comércio justo é a representação comercial em que põe em evidência o homem, a sustentabilidade social, econômica e ambiental. Este cria um canal de comercialização sustentável e solidária que envolve os produtores e os consumidores.
Surgiu em 1960 e foi solidificado em 1967. Especial atenção é a exportação dos países em desenvolvimento para países desenvolvidos como o produto agrícola e artesanato. O produtor recebe um preço justo pelo seu trabalho, elimina o atravessador entre o produtor e o comprador, gerando sobras e um preço justo. É um movimento social e econômico que gera renda, inclusão social, econômica e conserva os recursos naturais.
A guia de esclarecimento num contexto local que tenha a Federação Internacional de Comércio Alternativo que define comércio justo como “uma parcela comercial, baseado em diálogo, transparência e respeito que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.” Precisamos aderir a este movimento de comércio justo como alternativa ao comércio tradicional para os produtores e trabalhadores ás margem do mercado. Um dos princípios do comércio justo é a organização de cooperativas e associações com acesso ás informações do mercado.
** Rosalvi Monteagudo é contista, pesquisadora, professora, bibliotecária, assistente agropecuária, funcionária pública aposentada e articulista na internet.