19.5 C
Brasília
sexta-feira, novembro 1, 2024

ANUNCIE

Modo de fazer o queijo Minas artesanal pode virar Patrimônio Imaterial da Humanidade

A valorização de um saber tradicional, histórico e centenário. A candidatura do Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal à lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade representa mais um avanço para uma cadeia produtiva importante para a cultura e economia de Minas Gerais.

O reconhecimento internacional pode marcar a abertura de novos mercados, contribuir com a sustentabilidade dos negócios e ajudar a fixar futuras gerações no campo.

Nos últimos anos, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Seapa), tem executado diversas políticas públicas para apoiar e fomentar o desenvolvimento do setor.

Regiões  

Desde 2019, três novas regiões foram caracterizadas como produtoras de Queijo Minas Artesanal (QMA), Serras de Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça, que se somaram às regiões de Araxá, Canastra, Campos das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro.

Há, ainda, novos projetos em andamento, como o Queijo Minas Legal, que prevê investimentos de R$ 2,8 milhões na regularização de queijarias, por meio de parceria com o Ministério Público Estadual.

Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, a oficialização da candidatura é a materialização de todo o trabalho realizado pelo Sistema Agricultura. “O Queijo Minas Artesanal é um produto que carrega a cultura do nosso povo e nos remete à história do nosso estado. A produção do queijo teve início no período colonial, mas ganhou forma e identidade própria em Minas Gerais. Esse processo, que foi preservado, já é Patrimônio Imaterial de Minas e do país, e esperamos que, em breve, seja também da humanidade”, afirma.

A Seapa, por meio de suas vinculadas, estimula o fortalecimento da cadeia produtiva de queijos, por meio da assistência técnica oferecida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), da defesa sanitária executada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e de investigações científicas desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Expectativa 

Entre os produtores, a expectativa é grande para a inclusão do modo de produção do queijo mineiro à Lista Representativa.

José Ricardo Ozólio, presidente da Associação Mineira dos Produtores de Queijos Artesanais de Minas Gerais (Amiqueijo), destaca que o sentimento de alegria é unânime. “A sensação é impagável. É um reconhecimento mundial que vai valorizar não só o nosso produto, mas também quem o produz. O título pode nos trazer uma série de benefícios, como a valorização e a conquista de novos mercados consumidores”, explica.

O dirigente da Amiqueijo lembra ainda que, desde a sensibilização para a candidatura que ocorreu no último ano em viagem ao Marrocos, muitas queijarias já procuraram a entidade para buscar informações sobre a regularização dos estabelecimentos, realizada pelo IMA e pelos Serviços de Inspeção dos municípios.

“O mundo está de olho na produção de queijo em Minas, o que aumenta a importância da regularização para trabalharmos melhor e com mais qualidade. A partir desta visibilidade, acredito que também será possível incluir mais produtores na cadeia do queijo”, conclui.

Reconhecimento 

A delegação do Brasil junto à Unesco entregou ao Secretariado da Convenção do Patrimônio Imaterial, na última quarta-feira (29), a candidatura do bem cultural “Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal” à Lista Representativa do Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Fruto de articulações entre Governo de Minas e Governo Federal, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a candidatura busca garantir a preservação de conhecimentos e técnicas relacionados à produção de queijo desenvolvidos há gerações por produtores rurais mineiros. Parte dos documentos produzidos e encaminhados para apreciação teve origem nas caracterizações que a Emater-MG faz das regiões produtoras, detalhando o ‘terroir’ e o histórico em torno da produção.

No fim de 2022, comitiva dos governos de Minas e federal, juntamente com produtores de queijo do estado, esteve em Rabat, capital do Marrocos, para sensibilizar as delegações presentes sobre a candidatura do modo de produção da iguaria mineira.

Após o encontro, tiveram início os trâmites necessários para a formalização do processo, como a produção de vídeos e cartas de anuência, sob orientação da Secretaria de Agricultura, Emater-MG, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Sindicato e
Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Rede Minas, entre outros parceiros.

A candidatura está na etapa de submissão à Secretaria Executiva da Convenção da Unesco, na qual poderão ser solicitados ajustes e correções.

A decisão final deve ocorrer entre os meses de novembro e dezembro de 2024 e, caso aprovada, será o primeiro título de um bem cultural brasileiro referente ao modo de produção de um alimento.

Patrimônio Imaterial do Brasil 

Em 2002, o “Modo de Fazer o Queijo Artesanal da região do Serro” foi reconhecido pelo Iepha, sendo o primeiro bem cultural registrado por
Minas Gerais como patrimônio imaterial.

No ano de 2008, a produção foi reconhecida nacionalmente pelo Iphan, contemplando as regiões do Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre, tornando-se um Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

Com a revalidação do registro pelo órgão federal, em 2021, o bem cultural teve seu título alterado para “Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal”, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pelo Estado como produtoras de QMA.

relacionados

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Fique conectado

667FãsCurtir
756SeguidoresSeguir
338SeguidoresSeguir
- Publicidade -spot_img

Últimos artigos