A terceira etapa da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, realizada pelo Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que mais da metade, 56% dos entrevistados, diz que a renda familiar diminuiu desde o início da onda de lockdowns a pretexto de contenção da pandemia de covid-19, o que representa 89 milhões de brasileiros. As classes D e E foram as mais afetadas. Cerca de 40% dessa parcela da população teve uma redução da renda em mais da metade. Na classe A essa redução ocorreu para 12%. Entre os motivos está a perda de emprego. No total, 18% disseram que estavam trabalhando antes e mesmo durante a pandemia e agora não estão mais.
A alimentação também foi impactada. A pesquisa mostra que, desde o início da pandemia, 17% dos entrevistados, o que equivale a 27 milhões de brasileiros com mais de 18 anos, declaram que alguém no domicílio deixou de comer porque não havia dinheiro para comprar mais comida. Nas classes D e E, esse percentual chegou a 33%.
A fome chegou também a crianças e adolescentes: 13% disseram que crianças e adolescentes que moram com eles deixaram de comer por falta de dinheiro. Nas classes D e E, esse percentual foi também 33%. Entre aqueles matriculados em escolas públicas, metade afirmou que recebeu alimentação da escola durante o período de fechamento a pretexto de contenção da pandemia.
Diante desse cenário, 56% dos entrevistados disseram que o adolescente com quem moram apresentou algum sintoma relacionado a transtornos mentais durante a pandemia. Entre eles, 29% disseram que os jovens apresentam mudanças repentinas de humor e irritabilidade; 28% que tiveram alterações no sono como insônia ou excesso de sono. Também 28%, disseram que houve diminuição do interesse em atividades rotineiras.
A terceira etapa da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes fez 1.516 entrevistas, por telefone, de 10 a 25 de maio de 2021. A primeira e a segunda rodada da pesquisa foram divulgadas em agosto e dezembro de 2020, respectivamente.
(Com Agência Brasil)
