O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou, em pronunciamento nessa segunda-feira (11), ser necessário que a população volte às ruas para protestar e demonstrar a insatisfação com as arbitrariedades do governo federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). Girão informou que tem ouvido diversos segmentos da população, independente da corrente política. Segundo ele, há incertezas com relação ao rumo que o país está tomando sob a atual liderança.
O senador listou alguns acontecimentos que ocorreram na semana em que se comemora a Independência do Brasil e teceu várias críticas. Uma delas foi a sugestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não tornar públicos os votos dos ministros do STF. Para Girão, ocultar os argumentos de cada ministro nas decisões colegiadas do STF é privar a população de um instrumento de fiscalização dos atos da Corte, principalmente em relação a questões que interessam a toda a sociedade brasileira.
— Essa opinião revela mais uma vez o espírito ditatorial do presidente Lula e do PT. Pois o conhecimento do voto de cada ministro é o único recurso de que dispõe a sociedade brasileira na expectativa de que pelo menos o constrangimento social possa inibir decisões trágicas, na contramão da vontade da ampla maioria da população como, por exemplo, no caso da legalização do aborto, da legalização das drogas, que são pautas que o Supremo tomou deste Congresso Nacional que nunca se eximiu de debater — apontou.
Também criticou a postura de Lula diante das enchentes recentes no Rio Grande do Sul (RS). Segundo o senador, o presidente não visitou a região [quem esteve no RS foi o presidente em exercício, Geraldo Alckmin], mas manteve a viagem à Índia para participar de reunião do G-20. Ele comparou com o que ocorreu no segundo mandato de Lula, em 2010, quando o presidente deixou de comparecer a uma reunião do mesmo G-20 para visitar o Nordeste, devido às enchentes na região.
O parlamentar disse que a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli de anular todas as provas provenientes do acordo de leniência firmado entre a empresa Odebrecht e a Operação Lava-Jato foi “deplorável”. Ressaltou o papel fundamental da Operação Lava Jato no combate à corrupção no Brasil e criticou a tentativa de apagar esse escândalo histórico. Lembrou que a Operação Lava Jato conseguiu recuperar mais de R$15 bilhões desviados dos cofres públicos, dos quais R$6 bilhões já retornaram ao Brasil.
— Enquanto boa parte das autoridades brasileiras ainda prefere a covarde omissão diante de tamanhos abusos, a Associação dos Juízes Federais do Brasil e a Associação Nacional dos Procuradores da República se levantaram, em nota oficial, contra esse descalabro. Olha a boa notícia aí! Teve uma reação! É hora de coragem dos homens de bem! — avaliou.
Fonte: Agência Senado