O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acredita que a economia brasileira vai começar a melhorar a partir do quarto trimestre, mas, ele observou que somente nos próximos três meses será possível saber a extensão do estrago que a pandemia do coronavírus provocou no país. “Eu acho que o último trimestre vai mostrar melhoras. Obviamente de uma base muito baixa. Agora a dúvida é o terceiro trimestre, o quanto vai ser impactado”, disse em entrevista ao Poder em Foco, que foi ao ar nesse domingo (19), no SBT.
Campos Neto foi indagado sobre a projeção feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontando que Brasil terá uma retração de 5,3% da economia neste ano. Ele ressaltou que o banco apresentará sua estimativa, em breve, em comunicado oficial e que tudo vai depender da extensão da parada da economia nessa quarentena.
“Eu acho que as pessoas que hoje fazem conta de quanto vai ser o crescimento brasileiro elas estão estimando quanto tempo vai ficar parado e como vai ser essa parada. Eu acho que nunca esteve tão difícil fazer previsão de crescimento, porque é um fenômeno muito diferente, muito novo, a gente não viu”, analisou.
Campos Neto observou que em alguns lugares a movimentação começou a voltar e apostou que a economia retornará aos trilhos e aos projetos econômicos da agenda liberal do governo. “É muito importante deixar claro para as pessoas que a gente está fazendo um desvio, não só o Brasil como o mundo inteiro, que é um desvio necessário, e nós entendemos que é importante garantir emprego, a renda das pessoas, que as empresas não quebrem, mas, acho que o quanto mais nós conseguirmos comunicar que é um desvio, mas a gente vai voltar para os trilhos rapidamente, menor é o efeito maléfico dele”, concluiu.
Na entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, o presidente do Banco Central também discorreu sobre a taxa de câmbio e sobre segurança do sistema financeiro no país. Ele tranquiliza a população e garante que é absolutamente seguro manter o dinheiro na poupança e na conta corrente e que ninguém precisa correr para fazer saques.