Café, açúcar, cerveja e arroz foram os produtos que o brasileiro enfrentou maior dificuldade para encontrar nos supermercados no último mês. O Índice de Ruptura, indicador que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, divulgado pela Neogrid registrou uma taxa de 13,4% no mês de julho. Além da indisponibilidade, nos últimos 12 meses o café subiu de R$ 34,42 o quilo (kg) para R$ 40,73 e o açúcar de R$ 4,58 para R$ 5,07 por quilo em julho deste ano.
De todos os itens analisados, os números das maiores variações de ruptura foram:
- Café: de 9,9% para 11,4%;
- Açúcar: de 8,8% para 11,0%;
- Cerveja: de 8,6% para 10,8%;
- Arroz: de 10,2% para 8,8%;
Açúcar
O açúcar registrou a maior ruptura no mês de julho em relação a junho saindo de 8,8% (junho) para 11,0% (julho). O preço permaneceu estável nos últimos dois meses. De julho de 2023 até agora, o preço do açúcar para o consumidor subiu 10,7% em relação ao mesmo período no ano passado. Esse crescimento no preço está atrelado a demanda aquecida no mercado internacional que pressiona o preço dentro do país.
Café
Na lista deste mês, o café continua registrando grandes saltos em termos de ruptura, e segue em subida ininterrupta desse número desde fevereiro de 2024, chegando a ruptura de 11,4% em julho de 2024.
“O café que possui o ciclo de cultivo de mais de sete meses, e tem a qualidade dos grãos definida ao longo do cultivo sofreram inúmeras variações climáticas ao longo de 2023, que ainda geram reflexos na safra deste ano que são notados por grãos menores e mais leves que diminuem a produtividade por hectare, resultam na elevação do preço e da disponibilidade final no varejo”, afirma Robson Munhoz, diretor de Costumer Success da Neogrid.
“A atual redução da oferta internacional de café aliada à alta do dólar que estimula a exportação, tornando mais atrativo para o produtor interno vender para o mercado internacional, reduzindo ainda mais a oferta para o varejo brasileiro”, complementa.
Em julho, café registra 2,8% de aumento no preço por kg em relação ao mês anterior, em relação ao mesmo período no ano passado acumula aumento de 18,3%.
Arroz
Arroz ganha destaque em julho ao diminuir a indisponibilidade em 1,4p.p. “Nos últimos meses ocorreram diversos aumentos no preço devido à sinais de que poderia ocorrer a indisponibilidade de arroz no país que ocasionou o aumento de preços, mas também motivou diversos produtores a reduzirem a oferta para ter disponibilidade por mais tempo, entretanto a produção interna se demonstrou eficiente para o abastecimento. Com a liberação das sacas estocadas para o mercado interno ocorre o leve aumento na disponibilidade no mercado nacional e permitindo o equilíbrio no preço médio por quilo”, diz Anna Carolina Fercher, Head de Customer Success e Insights da Neogrid .
Em julho o preço médio por kg registra redução de -1,5% e em relação ao mesmo período no ano passado registra aumento de 41,9%.
Cerveja
Em julho a indisponibilidade de cerveja aumenta em 2,2p.p. Os preços de Cerveja Clara apresentam estabilidade em julho em relação ao mês anterior no preço por litro, mas quando comparamos com o mesmo período do ano anterior vemos que o preço da bebida subiu 15,7%.
O que é ruptura
Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos. Por exemplo: se um varejo vende dez marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda.
Outro exemplo de ruptura pode ser observado quando, por exemplo, o arroz parboilizado deixa de estar disponível no estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis. Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não disponíveis na prateleira.
Por Eduardo Mariano