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Braga Netto nega leito ocioso em hospital militar

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O ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, negou a existência de leitos ociosos para o tratamento da covid-19 em hospitais militares. Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, o ministro afirmou que não há sobra de leitos e que a taxa de contaminação de militares pelo vírus é maior do que na população em geral.

É exatamente o contrário. Nós não temos disponibilidade [de leitos], nosso índice de contaminação é maior na família militar, que abrange o pessoal da reserva”,  disse. “E, curiosamente, o nosso pessoal que estava na linha de frente começou a se contaminar porque não estava prevista a vacinação desse pessoal”, completou.

De acordo com o ministro, a grande maioria dos hospitais militares está com quase todos os leitos de UTI ocupados. Braga Netto disse ainda que muitos hospitais militares têm removido pacientes para outras regiões para evitar o colapso das unidades. O fato é que não existem leitos ociosos nos nossos hospitais. Nossos hospitais estão completos. O leito que está vago é justamente do rodízio de quem sai da UTI para entrar quem está pior”, afirmou.

A especulação a respeito da ociosidade de leitos em hospitais militares, tanto em enfermarias quanto em UTI, foi publicada por veículos de comunicação no início do mês. A questão está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) que chegou a determinar a divulgação de informações sobre os leitos destinados a pacientes com covid-19.

O tema também chegou a ser tratado na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados que aprovou ontem (28) a convocação do ministro para prestar esclarecimentos sobre a questão.

Durante a audiência, o ministro também foi questionado sobre a “politização” das Forças Armadas. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) citou a troca no comando do ministério e nos comandos das Forças Armadas. A saída dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica foi anunciada pelo ministério da Defesa um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado o cargo de ministro da Defesa, assumido então por Braga Netto, que chefiava a Casa Civil.

Contarato também questionou sobre o posicionamento de integrantes do alto escalão das Forças Armadas, como o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, em redes sociais, com críticas a instituições como o Supremo Tribunal Federal e também a políticos de esquerda.

O ministro negou haver politização das Forças e disse que a troca nos comandos ocorreu por questão de antiguidade. Não existe politização nas Forças Armadas. Isso é uma ideia equivocada. Houve uma troca de ministros e por uma questão funcional houve a troca de comandantes. Por uma questão até de antiguidade, os civis normalmente não entendem muito a questão da antiguidade, e para nós isso é importante”, disse.

“Essa troca foi feita e as Forças Armadas seguem seguindo a linha da hierarquia, disciplina, defesa da Constituição e da liberdade do povo brasileiro”, acrescentou.

(Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

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