O adiamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do rombo nas contas públicas, também chamada de PEC da Transição e do projeto que muda a Lei das Estatais fez uma parte do mercado financeiro ir na contramão do exterior. O dólar caiu para menos de R$ 5,30. A bolsa de valores, no entanto, não teve a mesma tranquilidade e fechou no menor nível em quatro meses.
O dólar comercial encerrou a sexta-feira (16) vendido a R$ 5,294, com queda de R$ 0,022 (-0,41%). A cotação operou em baixa durante quase toda a sessão. Na mínima do dia, por volta das 13h20, chegou a R$ 5,26.
Com o desempenho, a moeda norte-americana fechou a semana com 0,91% e acumula alta de 1,77% em dezembro. Em 2022, a divisa cai 5,06%.
O mercado de ações teve um dia mais tumultuado. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 102.856 pontos, com queda de 0,85%. O indicador está no nível mais baixo desde 1º de agosto.
No mercado interno, o adiamento da votação da PEC do rombo para terça-feira (20) reduziu as tensões. Também nessa sexta-feira, o Senado informou que o projeto que flexibiliza a Lei das Estatais só voltará a ser discutido no próximo ano.
No cenário internacional, o mercado teve um dia turbulento com a possibilidade de que os juros nos Estados Unidos fiquem altos mais tempo que o previsto. Uma dirigente regional do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) disse esperar que os juros básicos da maior economia do planeta fiquem acima de 5% ao ano ao longo de todo 2023. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.