Zildenor Dourado
Em audiência pública convocada, na Câmara Legislativa de Brasília-DF, para discutir o aumento dos casos de “feminicídio” na capital do país, a deputada distrital do PT, Arlete Sampaio, mandou os seguranças da casa retirarem do plenário um representante do chamado “Instituto dos Homens”, que criticara alguns depoimentos em defesa de uma CPI para debater o tema.
Constrangido, o homem teve que sair de lá “conduzido” pelos seguranças e ainda ser ofendido com um coro puxado pela própria distrital petista: “Fascistas, racistas, não vingarão!”.
Irritada, a deputada disse que aquele cidadão não poderia se manifestar contra as propostas apresentadas pelas participantes, pois não teria sido “convidado” para participar da referida audiência pública, composta, basicamente, de representantes de movimentos feministas e familiares de mulheres vítimas de violência doméstica.
O tema do debate, vale ressaltar, era mesmo muito relevante, mas a parlamentar, sempre tão equilibrada em gestões passadas, cometeu dois injustificados casos de violência ideológica contra a democracia e o direito de cidadania. Vejamos:
1) Ninguém precisa de convite para participar de audiência pública sobre qualquer tema na Câmara Legislativa, pois na “casa do povo” todo mundo tem o direito de participar dessas discussões “públicas”, sem necessidade de convite prévio.
2) Ninguém deveria ser censurado por manifestações contrárias aos interesses de quaisquer parlamentes, ou contra qualquer proposta, seja ela “politicamente correta”, ou não, conforme garante a nossa Constituição.
Se vamos combater a censura no Brasil e defender a liberdade de expressão “para todos e todas”, expressão que peço de empréstimo aos ilustres e iluminados esquerdistas, que os nobres distritais não deixem de dar bons exemplos à comunidade e não extrapolem suas funções.
Zildenor Dourado é jornalista profissional diplomado