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terça-feira, abril 30, 2024

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Mudança climática força migração em massa

Os desastres climáticos se tornaram a principal causa da deslocamento de pessoas em todo o mundo na última década e forçaram mais de 20 milhões por ano a deixarem as suas casas, alertou a organização não governamental internacional Oxfam. A organização apresentou o relatório com o título “Obrigados a deixar as suas casas”, coincidindo com o dia em que começa, em Madrid, a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que se prolonga até dia 13 e abordará temas como o apoio financeiro às comunidades afetadas pelos desastres naturais, inclusive aos deslocados afetados pela crise climática.

O documento da Oxfam adverte que atualmente é “três vezes mais provável que alguém seja forçado a deixar a sua casa por ciclones, inundações ou incêndios florestais do que por conflitos, e até sete vezes mais do que por terremotos ou erupções vulcânicas”.

Segundo a ONG, que analisou dados de 2008 a 2018, a Espanha é o terceiro país da Europa, depois da República Checa e da Grécia, com maior risco de a sua população ser forçada a se deslocar por desastres provocados pelo clima. Em particular, a Oxfam destacou no relatório que os mais vulneráveis são os cidadãos dos países pobres.

De acordo com a organização, o impacto da crise climática no mundo é desigual e a população dos países de rendimento médio-baixo e baixo, como Índia, Nigéria e Bolívia, tem quatro vezes mais probabilidades de ser forçada a se deslocar como resultado de desastres naturais do que a que vive em países ricos, como os Estados Unidos.

Além disso, sete dos dez países com maior risco de movimentos internos de populações resultantes de fenômenos meteorológicos extremos são pequenos estados insulares em desenvolvimento.

De 2008 a 2018, em média, cerca de 5% da população de Cuba, República Dominicana e Tuvalu foi obrigada a se deslocar, por ano, devido às condições climáticas extremas. “O equivalente a quase metade da população de Madrid”, destacou a Oxfam, acrescentando que as emissões per capita destas áreas são “um terço das emissões de países de rendimento elevado”.

Na conferência sobre o clima, espera-se que a ONU conclua a primeira revisão do Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos, e ainda que os países em desenvolvimento “impulsionem a criação de um novo fundo para ajudar as comunidades a se recuperarem e a reconstruírem os seus bens após as emergências climáticas. Os governos podem e devem tornar a Cimeira de Madrid importante. Devem se comprometer a reduzir as emissões mais rapidamente e com mais força e a criar um novo fundo para perdas e danos que ajudará as comunidades pobres a recuperarem-se das consequências dos desastres climáticos”, concluiu José María Vera, diretor executivo interino da Oxfam International.

(ABr/EBC)

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